Pacto de Aço

O Pacto de Aço, oficialmente Pacto de Amizade e Aliança entre Alemanha e Itália, foi um acordo entre os governos da Itália e da Alemanha, firmado em 22 de maio de 1939, por Galeazzo Ciano e Joachim von Ribbentrop.

O pacto era de aliança em caso de ameaças internacionais; de ajuda imediata e suporte militar em caso de guerra, além disso, nenhuma das partes poderia firmar paz sem o consentimento da outra; e de colaboração na produção bélica e em campo militar. O Pacto teve inicialmente a validade de dez anos.

O Pacto de Aço era fundado sobre a suposição de que a guerra seria levada a cabo em cerca de três anos. Quando a Alemanha iniciou o o conflito em setembro de 1939, a Itália ainda não estava pronta para entrar em guerra, e teve dificuldades para cumprir suas obrigações; o que a levou a entrar em conflito em junho de 1940, com uma falida invasão à França meridional. Alguns membros do governo italiano, incluindo o firmatário, Ciano, se opuseram ao pacto.



Fonte: Revista Veja
Benito Mussolini leva a Itália à guerra, apesar de ter
uma máquina militar frágil e despreparada - Primeira ação militar da Velha Bota não frutifica - Adolf Hitler começa a perder a paciência com a jactância do 'Duce'

Amigos, mas nem tanto: verborragia do 'Duce' irrita Hitler; italiano tem ciúme do alemão


Depois de meses sem atar nem desatar, o líder italiano Benito Mussolini, aliado de primeira hora de Adolf Hitler, finalmente se juntou à Alemanha e declarou guerra, no último dia 10, à França e à Grã-Bretanha. É mesmo da breca, o velho Duce: esperou os germânicos praticamente dizimarem as forças gaulesas para só então pegar nas armas. Sua campanha militar começou uma semana depois, precisamente no dia em que as forças francesas começavam a negociar termos de rendição com a Alemanha. De olho na conquista de alguns territórios extras, os peninsulares iniciaram uma invasão no Sul da França - infame punhalada pelas costas em um país que já estendia a bandeira branca.

A justificativa de Mussolini é a de sempre. "É chegada a hora do destino de nossa pátria, a hora das decisões irrevogáveis. Sairemos a campo para lutar contra as democracias plutocráticas e reacionárias do ocidente, que ao longo dos tempos têm colocado obstáculos e armadilhas na marcha do povo italiano, até mesmo ameaçando sua existência. Corram às armas e demonstrem sua tenacidade, sua coragem e seu valor". Realmente, essas virtudes são o máximo que os italianos podem oferecer aos aliados alemães: afinal, seu exército é mal-equipado, mal-treinado e mal-coordenado. A idéia de que a Itália é uma potência européia deve-se única e exclusivamente à barulhenta e eficiente campanha de propaganda do Duce.

O líder italiano é megalômano, mas não é bobo: sabia que não podia encarar sozinho nem Grã-Bretanha nem França, e por isso tratou de colar-se de forma oficial ao igualmente ambicioso Hitler - isso desde a época do Pacto de Aço, em 1939. Enquanto o Führer pretende ser o governante soberano desde o Atlântico até os Urais, Benito Mussolini se contentará com o Mediterrâneo e suas áreas adjacentes - exceto, talvez, a Espanha.
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Verborragia - Mas a invasão da França pelos italianos não foi um bom começo nessa nova etapa de relações: Hitler havia sido claro ao expressar ao Duce seu desejo de que a queda da França acontecesse inteiramente pelas mãos da Alemanha. Em um encontro em Munique no dia 18, o líder alemão deu o troco, dizendo que, apesar do ataque, a Velha Bota não ficaria com grandes territórios no acordo de rendição com os gauleses. Dito e feito: no dia 24, apesar do minúsculo estrago feito pelos peninsulares contra as defesas francesas, que resistiram bravamente no breve combate, Itália e França assinaram um armistício pouco rentável para Roma.

De forma geral, acordou-se que serão instaladas zonas desmilitarizadas na França, Tunísia e Argélia, com tropas italianas em suas linhas avançadas; além disso, a França também se comprometeu a conceder à Itália direito completo e irrestrito sobre o porto de Djibuti, na Somália Francesa - quase nada se comparado às pretensões de Mussolini. Tudo isso porque Hitler precisa do apoio do governo do marechal Henri Pétain na batalha contra a Grã-Bretanha. Para agradar os franceses, o tedesco não pensou duas vezes antes de favorecê-los em detrimento dos italianos, que não têm muito a partilhar senão a verborragia de seu ditador.

Mussolini e Hitler se parecem, é sabido. O alemão nutre uma genuína admiração pelo colega italiano, a quem considera uma espécie de predecessor na categoria dos homens de ferro e por quem nutre um sentimento de compromisso. Mas o Duce, desde o início, se aproximou de Hitler mais pela repulsa às democracias ocidentais do que por qualquer benquerença ao Führer ou à Alemanha. E nenhum deles, como é óbvio pela natureza ditatorial de seus governos, demonstra muita afeição pelo diálogo e pela cooperação. Agora que ambos compraram a mesma guerra, sua convivência será colocada à prova. Em poucos dias, o gabarola Mussolini já criou as primeiras rusgas. A continuar nessa toada, deixando correr solta sua sede de poder e seu ciúme congênito do sucesso alheio, o Duce pode se tornar um fardo para Hitler. Em último caso, acabará como um alvo do Reich - algo que, nos dias de hoje, não se deseja nem para o pior inimigo.
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Discurso de Mussolini, no dia 10, em Roma
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Declaração de guerra do 'Duce' aos Aliados
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