Organização terá chegado ao fim, como movimento organizado
Fonte: Area Militar

As autoridades militares da Colômbia, confirmaram na noite do passado Sábado, que a principal figura da organização terrorista FARC, morreu há algumas semanas atrás, no dia 26 de Março às 06:30 da tarde. A informação foi veiculada na semana passada pelo ministro da defesa da Colômbia Juan Manuel Santos, foi entretanto confirmada.

Manuel Marulanda Velez, de 78 anos de idade, também conhecido como «tiro certeiro», terá morrido de causas naturais relacionadas com a sua avançada idade segundo as FARC. Porém, a data da sua morte, 26 de Março passado, coincidiu com o período em que ocorreu a operação contra o numero dois da organização, Raul Reyes, que foi atacado em território do Equador por tropas colombianas, que entraram no país vizinho, despoletando uma crise internacional.

A coincidência das datas é tal que permite segundo vários analistas, concluir que a Colombia levou a cabo uma operação coordenada, destinada a decapitar completamente a estrutura da organização.

No final de Março, as FARC perderam o seu numero um e numero dois e posteriormente nesse mesmo período, morreu Ivan Rios, alegadamente morto pelos seus próprios correligionários e tido como pertencente à cúpula da organização narco-terrorista que era constituida por sete membros. Nos últimos dias, uma dirigente das FARC também se rendeu ao governo em troca de uma redução de pena.

Os problemas das FARC foram-se agravando ao longo dos últimos anos, à medida em que a pressão do governo da Colômbia - fortemente armado pelos Estados Unidos – ía aumentando ao mesmo tempo que se cercavam os cabecilhas da organização.
A operação passou pelo cerco e pela tomada das áreas limítrofes entre as áreas tradicionais das FARC e as fronteiras dos países vizinhos, passando posteriormente ao ataque directo às regiões tradicionalmente controladas pela organização. As FARC continuam a controlar áreas do território Colombiano, mas cada vez mais não conseguem opor resistência quando se deparam com as forças armadas, tendo normalmente que fugir.

Isto leva a uma desagregação e a problemas de coesão, pese embora o facto de ainda existirem núcleos operacionais com alguma capacidade militar.

Aviões brasileiros, foram vitais nas operações que levaram ao decapitar das FARC

Na acção levada a cabo contra as FARC, tiveram especial importância a utilização de helicópteros fornecidos pelos Estados Unidos que deram à Colômbia grande capacidade para transportar militares e aeronaves Supertucano da Embraer, fornecidas pelo Brasil.

Este tipo de aeronave, especialmente desenhado e concebido para operações de contra guerrilha, foram pensados para garantir a soberania na região amazónica.

Com capacidade para efectuar ataques nocturnos e para utilizar armamento inteligente, estas pequenas aeronaves, foram segundo o chefe da Força Aérea da Colômbia, determinantes nas operações que levaram ao decapitar das FARC.

Neste momento as FARC não deixaram de existir e permanecem vários núcleos que por causa dos meios técnicos utilizados pelas forças governamentais, estão impossibilitados de comunicar entre si.

É neste momento desconhecida a situação da vários reféns em mãos da organização narcotraficante, de entre as quais a mais conhecida é a de Ingrid Bettencourt.

Os núcleos presentes das FAR, como é natural quando os dirigentes são mortos, estão neste momento numa situação crítica em que várias facções se debatem. Há os históricos que ainda acreditam na luta revolucionária, que se debatem com aqueles que tendo um espírito prático mais apurado, são os principais responsáveis pela deriva das FARC, que se tem vindo a transformar numa organização que baseia a sua sobrevivência no tráfico de droga.

O governo colombiano, pela voz do presidente do país, Álvaro Uribe afirmou entretanto que estava disposto a negociar a paz com as FARC desde que as forças que ainda estão na selva, entreguem os reféns que ainda têm em seu poder.