Britânicos admitem a utilização de armas termobáricas

«Bomba» de vácuo foi utilizada no Afeganistão

Fonte Area Militar

Segundo a imprensa britânica, o ministério da defesa daquele país reconheceu ter utilizado ogivas termobáricas ou «bombas de vácuo».

Na prática, os britânicos confirmaram a utilização operacional do míssil Hellfire AGM-114N, uma versão do Hellfire especialmente adaptada para atacar forças inimigas abrigadas em caves grutas ou outras áreas de difícil acesso e de onde podem continuar a agir.

Segundo as mesmas informações os mísseis com ogiva termobárica têm-se demonstrado extremamente eficientes, de tal forma que as aeronaves não tripuladas do tipo «Reaper» MQ-9A que os britânicos adquiriram para efeitos de vigilância deverão ser no futuro equipadas com este tipo de armamento.

Cada «Reaper» pode transportar até catorze destes mísseis, o que, aliado à grande precisão que o sistema tem demonstrado, pode aumentar consideravelmente a capacidade no terreno das forças britânicas.

O Reaper pode pairar durante horas sobre as áreas onde as forças britânicas e da NATO estiverem a efectuar operações e pode disparar um dos seus mísseis apenas instantes depois de um pedido ter sido enviado através dos sistemas encriptado de comunicações.

Na prática, com os novos desenvolvimentos tecnológicos, acabam por ser as próprias forças no terreno que coordenam o ataque aéreo, reduzindo em muito os comuns erros de «fogo amigo» em que os alvos apontados pelas forças no terreno são incorrectamente identificados pelas aeronaves de ataque.

As bombas termobáricas são consideradas por alguns como armas de cruéis, no entanto as pequenas ogivas instaladas nos mísseis AGM-114N têm um efeito limitado. Tanto russos como norte-americanos têm bombas termobáricas de grandes dimensões, a última das quais foi mostrada pelos russos em Setembro de 2007.

Ao contrário das armas tradicionais anti-pessoal, que despedaçam o corpo atravessando-o com estilhaços ou pedaços de metal, esta arma não é tão convencional, pois afecta os alvos através da asfixia e da enorme pressão provocada pelos efeitos secundários da queima do oxigénio.

A precisão com que a arma atinge o alvo é de especial importância, pois só se conseguem atingir os objectivos desejados e a aniquilação dos «bunkers» quando a arma consegue atingir o interior da área fortificada.

A introdução deste tipo de armamento é uma consequência e uma resposta aos métodos típicos da chamada «guerra assimétrica» utilizados por organizações terroristas e insurgentes islâmicos que utilizam a dissimulação, o ataque nocturno e as bombas de beira de estrada agindo durante a noite e ocultando as suas posições durante o dia.