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Compra de armas da Venezuela causa 'inveja' ao Brasil, diz jornal

Para 'Figaro', proteção de recursos naturais 'inquieta' países da América Latina.

Figaro via Estadão

- A aliança entre a Venezuela e a Rússia, pela qual o país latino-americano tem aumentado seu arsenal bélico, suscita a "inveja" do Brasil, afirma uma reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal francês Le Figaro.

A reportagem aborda a visita do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao colega Dmitri Medvedev, nesta semana.

A Venezuela, que já comprou o equivalente a US$ 4 bilhões em armamentos russos, "quer adquirir helicópteros MI 28, aviões de vigilância, tanques, sistemas de defesa aéreos e submarinos atômicos", diz o jornal.

"Hugo Chávez chegou a propor à Rússia instalar uma base (militar) em seu território."

O jornal diz que, durante a visita, "o presidente Medvedev demonstrou seu apoio a Chávez sem ambigüidade".

"A Venezuela é o terceiro maior comprador da indústria de armamentos da Rússia, depois da China e da Índia, e o primeiro na América Latina."

"Para a Rússia, o reforço desta aliança é também um 'chega pra lá' em Washington. Uma resposta aos exercícios conjuntos das tropas americanas com o Exército da Geórgia, na semana passada, e às manobras diplomáticas da Casa Branca para instalar um escudo antimísseis na Tchecoslováquia (sic) e na Polônia."

Se a aliança entre Venezuela e Rússia inquieta os Estados Unidos, a modernização do arsenal venezuelano também "incomoda" o Brasil, diz o Figaro.

"Mais que inquietação, a Venezuela suscita inveja nos vizinhos, e especialmente no Brasil. A reativação, pelo Pentágono, da Quarta Frota, um corpo da Marinha americana encarregada de patrulhar as águas da América do Sul e do Caribe, provoca irritação crescente no seio da potência regional", argumenta o jornal.

Na visão do diário francês, é justamente a "preocupação em proteger os recursos naturais" que está na raiz do aumento da compra de armamentos na América Latina.

"Os brasileiros sublinham que esta decisão foi tomada pouco depois do anúncio da descoberta de reservas de petróleo com potencial de conter 90 bilhões de barris, que chacoalhou a geopolítica da região."