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Fonte: Quintus

Em 2007, os três países do mundo com maiores níveis de despesa em Defesa, foram, por ordem, os Estados Unidos (547 biliões de USDs), Reino Unido (59,7 biliões) e a China (58,3 biliões). Estes números constam do relatório anual do “Stockholm International Peace Research Institute” e reflectem um aumento de 6% desde 2006. Os EUA continuam a ser - de longe - o maior consumidor nesta área, com uns impressionantes 45% do total absoluto. Logo atrás da China, posicionam-se a França e o Japão, com níveis de entre 4 a 5% do total da despesa mundial.

Uma boa parte deste impressionante nível de despesa militar dos EUA resulta da manutenção de intensas operações de guerra em apenas dois cenários, o Afeganistão e o Iraque, sendo que ambos, juntos, representam quase metade desta percentagem, o que dá uma boa medida do peso e do esforço a que a “Guerra ao Terrorismo” tem criado no orçamento norte-americano… Atualmente, os níveis de despesa militar dos EUA são mais elevados do que eram no auge da Segunda Grande Guerra, embora devido ao forte crescimento do PIB e da economia dos EUA desde a década de 40, em termos relativos o esforço financeiro da Defesa dos EUA era já mais elevado do que no pico da Segunda Grande Guerra. É claro, que em termos absolutos, e como a economia norte-americana cresceu várias vezes acima do valor de 1941-45, o peso absoluto é consideravelmente menor, mas em período de economia em declínio, esta desproporção irá cada vez ser mais acentuada até ser demasiado flagrante que os EUA já não conseguem suportar financeiramente a carga de serem a única superpotencia mundial.

Outro fenómeno que se destaca neste relatório é a duplicação das despesas militares da China… O relatório anterior do SIPRI coocava o nível de despesa chinesa em apenas 20 biliões de dólares e um tal salto, implica uma aceleração do investimento em vários ramos e em diversos tipos de equipamentos modernos. Aparentemente, a China pretende completar com músculo, o domínio comercial e industrial que já exerce sobre a maioria do planeta. Apesar deste esforço intenso, as forças armadas chinesas são ainda relativamente obsoleta, especialmente para os padrões ocidentais e russos. As suas forças terrestres são muito numerosas,mas ainda estão equipadas principalmente com equipamento com mais de 20 anos, e os novos MBTs fabricados na China continuam muito abaixo em qualidade e capacidades de qualquer MBT ocidental ou russo. A força área continua a alinhar maioritariamente com versões locais de caças soviéticos da década de 50 e 60 e a Marinha - ainda que renovada com a chegada de navios russos - continua a ser insuficiente para as ambições de projeção de poder para o Índico e Pacífico anunciadas pelo Alto Comando.

Contudo, a tendência está clara… Os EUA serão cada vez menos uma potencia capaz de projetar o seu poder a qualquer ponto do globo e tenderão a ser cada vez mais uma mera potencia regional, como pontos de apoio ainda consideráveis nalguns cenários do mundo, mas longe já do seu apogeu da década de 80… E a China irá aparecer cada vez mais como uma potencia militar global, tendo ainda que vencer a batalha da modernização tecnológica e ultrapassar todas as barreiras de conhecimento que lhe faltam ainda através de parcerias com empresas ocidentais e russas ávidas de exportar tecnologia a todo o custo, sem terem em conta que daqui a 20 anos, os seus “parceiros” chineses já não irão precisar deles e começarão a fabricar e exportar… os aviões fabricados sob licença, como se queixou recentemente a Sukhoi a propósito de caças Su-SK, fabricados na China sob licença e que a China quer exportar para o Paquistão a uma fracção do preço dos caças russos.

Fontes:

http://www.spacewar.com/reports/China_Spending_Billions_To_Build_Up_Military_Capacity_Part_One_999.html
http://yearbook2008.sipri.org/05