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Rússia testa míssil que supera sistemas de defesa

Fonte: Yahoo - Agência Estado

A Rússia testou com sucesso hoje um míssil balístico intercontinental, projetado para superar sistemas de defesa antimísseis, informaram as agências de notícias, citando as forças estratégicas nucleares russas. O míssil Topol RS-12M foi testado "no desenvolvimento de equipamento para uso potencial de combate contra mísseis balísticos disparados do solo", disse Alexander Vovk, porta-voz das forças, citado pela agência russa Interfax.

"A experiência mostra que as contramedidas mais econômicas, rápidas e eficazes contra o desenvolvimento de um sistema antimísseis são as chamadas 'assimétricas'", afirmou. Segundo Vovk, essas contramedidas incluem tornar o míssil balístico quase indetectável e sua rota menos previsível aos radares, iludindo o sistema antimísseis. O míssil russo foi lançado do cosmódromo de Plesetsk, no norte do país, e voou 6 mil quilômetros até seu alvo, na península de Kamchatka, no extremo leste russo, informou a agência RIA Novosti.

A Rússia desenvolveu o Topol RS-12M em resposta ao projeto dos Estados Unidos de escudo de defesas antimísseis, que usa interceptores lançados a partir do solo. Washington assinou acordos com a Polônia e a República Checa para instalar o escudo nos dois países do Leste Europeu, um plano que enfureceu Moscou. As informações são da Dow Jones.

Rússia testa mais um míssil balístico Topol
Entre testes e ameaças, continua a guerra de palavras com o Ocidente

ÁREA MILITAR

A imprensa russa divulgou nesta Quinta –feira o lançamento de um míssil balístico intercontinental do tipo «Topol», o mais recente sistema de mísseis russos e aquele que deverá assumir o papel de principal dissuasor russo do futuro.

O míssil foi lançado numa altura de tensão entre a Rússia e os países do ocidente, por razões relacionadas com a invasão russa da Geórgia e com a recusa russa em retirar as suas tropas daquele país do Cáucaso.

No entanto, embora o seu lançamento possa ter sido adiado ou adiantado alguns dias, ele não parece estar relacionado com o actual estado de tensão entre a Rússia e todos os seus vizinhos a Ocidente, pois o lançamento havia já sido anunciado anteriormente.

O míssil Topol, cujo conceito está em desenvolvimento desde o inicio dos anos 80 é um míssil balístico de dimensões muito mais reduzidas que os principais mísseis balísticos que a Rússia tem presentemente nos seus silos, mas o que perde em dimensão ganha em precisão de tiro e em capacidade para enganar os sistemas ocidentais de detecção.

No entanto, o míssil Topol está directamente relacionado com outro dos focos de tensão entre a Rússia e os Estados Unidos, por causa do sistema de mísseis interceptores que os norte-americanos pretendem instalar em vários países do mundo.

A Rússia detêm um grande número de mísseis balísticos que estão a ficar velhos e mais tarde ou mais cedo precisam ser substituídos. Este problema não é apenas um problema russo, ainda recentemente a Grã Bretanha analisou a vantagem de manter ou não o seu caríssimo programa nuclear, que se baseia em submarinos.

A França e a China também têm vindo a substituir os seus sistemas e a Rússia está relativamente atrasada, esperando que o «Topol» venha preencher um perigoso vazio que seria criado com a retirada de serviço de sistemas mais antigos como os gigantescos RSM-52.
O «Topol» também terá uma versão lançada a partir de submarinos.

O Topol é muito mais caro e complexo de produzir, mas também é mais preciso. Tendo isto em consideração, os russos consideraram que o numero total de mísseis Topol necessários para garantir uma dissuasão suficiente, será bastante mais pequeno.

É neste detalhe que as coisas se complicam

O famoso sistema anti-míssil dos Estados Unidos, utiliza sofisticados sub-sistemas, a maioria dos quais só agora entrou em fase de testes, que utilizam mísseis de hiper velocidade que por sua vez lançam para o espaço (fora da atmosfera terrestre) veículos destinados a caçar e destruir ogivas.

Os russos temem que quando o programa Topol estiver operacional, ele seja em grande medida tornado inútil pelo sistema anti-míssil dos Estados Unidos.

A capacidade técnica do sistema norte-americano e a possibilidade de os Estados Unidos terem informação precisa sobre o lançamento de qualquer míssil russo, torna os radares muito mais importantes.
Para deixar os generais russos ainda mais irritados, a recente negociação que levou ao acordo para a instalação até 2014 de vários mísseis interceptores na Polónia, incluiu o fornecimento de outros mísseis anti-míssil, destinados a garantir que os próprios mísseis e os seus radares estão devidamente protegidos.

Em declarações à imprensa, militares russos deram claras mostras do seu desconforto ao ameaçar literalmente a Polónia com um ataque nuclear, se este país aceitasse receber o sistema norte-americano.
Um porta-voz do ministro polaco dos negócios estrangeiros afirmou a título de resposta, que «… pensava que tinha combinado com os Russos que eles só ameaçavam a Polónia com a aniquilação nuclear, uma vez a cada quinze dias…».

O mais provável cenário perante a actual situação, segundo afirmaram analistas russos, é que a Rússia passe a produzir mais mísseis, de forma a que os Estados Unidos não se possam defender deles todos.

Isolamento internacional

O principal problema neste caso, é que tal medida russa poderia ser muito mal vista por potências vizinhas detentoras de armas nucleares, como a China ou a Índia. Quando um país tem um míssil, são apenas necessários alguns minutos para reprogramar os alvos, afirmou uma fonte citada pela imprensa da Índia.

Perante a comunidade internacional, a Rússia fica ainda com o ónus de ter que construir mais armas ofensivas à medida que os Estados Unidos se limitam a produzir sistemas de defesa. A Rússia por isso poderá ficar mais isolada perante a comunidade internacional.

Ainda nesta Quinta-feira, enquanto o míssil Topl era testado, numa reunião internacional em que participou o presidente da Rússia, embora os países presentes mostrassem solidariedade diplomática parente as acções russas no Cáucaso, nenhum deles mostrou aprovar as decisões do governo de Moscovo quando ao reconhecimento de novos países.

Na verdade, nem sequer os seus aliados mais próximos apoiaram a Rússia.
Em Nova Iorque, nas Nações Unidas, a Rússia não conseguiu sequer o apoio da Bielorússia, para o reconhecimento da independência das regiões georgianas da Abkhásia e da Ossétia.

A China, em declarações proferidas por Oin Gang, porta-voz do governo chinês, já depois de ter terminado a reunião de líderes asiáticos, foi muito clara ao referir que historicamente a China não aprova declarações unilaterais de independência.

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Empresários pedem cautela à Casa Branca contra a Rússia

Reuters/Brasil Online - Por Doug Palmer - Via O Globo

WASHINGTON (Reuters) - Grupos empresariais norte-americanos pediram na quinta-feira que a Casa Branca aja com cautela em relação à Rússia e se queixaram da falta de informações sobre eventuais sanções relacionadas à crise na Geórgia.

"Fizemos um real esforço para descobrir e eles foram inteiramente não-comunicativos", disse Bill Reinsh, presidente do Conselho Nacional do Comércio Exterior, que representa exportadores norte-americanos como Boeing, Microsoft e General Electric .

"[Mas] saí com a claríssima impressão de que algo vai acontecer, que não fazer nada não é uma opção neste caso. Estivemos dizendo a eles para serem muito cuidadosos antes de agir, e que qualquer coisa seja multilateral, não unilateral", acrescentou Reinsch.

Horas antes, a França anunciou que a União Européia cogita sanções contra a Rússia devido à ocupação militar da Geórgia.

Dana Perino, porta-voz da Casa Branca, disse que o governo Bush está discutindo se vai anular um acordo nuclear com a Rússia, mas que é cedo para anunciar decisões.

"Está bastante evidente que o governo europeu e o nosso governo estão pesando as opções neste momento", disse Mike Considine, diretor de Assuntos Eurasianos da Câmara de Comércio dos EUA. "A situação está claramente num nível sério, e eles estão tentando encontrar a forma correta de responder a isso".

O comércio entre EUA e Rússia cresce significativamente nos últimos anos. Entre 2002 e 2007, as exportações russas saltaram de 8,6 bilhões para 19,4 bilhões de dólares, sendo 11 bilhões só em petróleo.

Da parte dos EUA, as exportações para a Rússia passaram de 2,4 bilhões de dólares em 2002 para 7,4 bilhões de dólares em 2007. Os principais produtos são frango, aviões, carros e equipamentos de perfuração.

As cifras não incluem serviços financeiros, segundo Gary Litman, vice-presidente da Câmara de Comércio dos EUA para a Europa e Eurásia. "A Rússia tem cerca de 10 bilhões de dólares investidos nos Estados Unidos no setor industrial, e [os EUA] têm aproximadamente a mesma quantia investida por lá. Há realmente um intercâmbio econômico muito substancial", disse.

Por isso, ele defendeu que eventuais retaliações sejam políticas em vez de econômicas, e "levem em conta o frágil estado dos jovens países entre os mares Negro e Cáspio" (Geórgia, Armênia e Azerbaijão, cujas economias são muito ligadas à da Rússia).

A Casa Branca alerta que uma das possíveis consequências da atual crise seria a não-adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio, um processo negociado há 15 anos.

O governo russo parece disposto a isso, pois nesta semana anunciou a intenção de abandonar alguns compromissos previamente assumidos com a OMC.

"Se eles decidirem que não querem manter a adesão à OMC, não podemos obrigá-los. Se eles se retirarem de algo, não tenho certeza de que isso qualifique uma sanção. Estou quase mais preocupado com como eles vão se virar sem nós do que nós sem eles", disse Reinsch.

ICBM Topol em Vídeo: