Quantos porta-aviões para a China ?
Diferentes visões para uma projecção de poder naval


Area Militar

As comemorações de mais um aniversario da fundação da marinha do Exército Popular de Libertação, estão a ser dominadas pelas afirmações chinesas quando às aspirações navais do pais e especialmente no que concerne ao programa chinês de construção de porta-aviões.

Há algumas semanas atrás, dirigentes chineses afirmaram que a China é a única grande nação do planeta a não contar com porta-aviões, acrescentando que essa situação não deverá durar muito tempo.

Não parece haver uma política clara quanto à futura política naval da China, a qual ainda parece estar numa fase inicial de estudo. No entanto já aparecem várias visões do futuro e do que a marinha da china deve procurar desenvolver para se fortalecer.

Os setores mais nacionalistas e radicais, defendem a criação de uma grande marinha de alto mar, com capacidade para garantir a segurança das vias de comunicação da China com as fontes de matérias prima que são necessárias para o seu desenvolvimento e para a sua industria.

A China é dependente do petróleo do Médio Oriente, e por isso há na China quem defenda a necessidade de a expansão da marinha chinesa ter em consideração especialmente o Indico, que é o ponto nevrálgico por onde passam os abastecimentos para a China e por onde passam grande parte de suas exportações.

Esta visão da expansão para Sul e para o Índico apresente problemas, pois se é verdade que a China inevitavelmente encontrará pelo caminho a marinha dos Estados Unidos, ela encontrará também os planos crescentes da marinha da Índia, pois as linhas de abastecimento da China, atravessam o que a Índia considera ser a sua área vital de interesse.


Força de seis porta-aviões

Um plano grandioso para a construção de porta-aviões, poderá levar à construção de uma força de até seis unidades, havendo também aqui várias ideias e conceitos em discussão.
A China deverá ter preferência por aeronaves de dimensões médias e não por super porta-aviões como é o caso dos navios norte-americanos ou dos futuros navios da Grã Bretanha e da França, que deverão ultrapassar as 60.000 toneladas de deslocamento.

Deixar para mais tarde

No entanto, se é verdade que há quem na marinha da China e nas altas esferas do poder em Pequim, defenda uma politica naval abertamente expansionista, também existem os que assumem posicionamentos mais moderados.

Os moderados apontam a necessidade de evitar posicionamentos que entrem em eventuais conflitos com marinhas do mundo, nomeadamente com a marinha dos Estados Unidos, a qual a China não está nem estará em condições de conter dentro das próximas décadas.
Estas visões mais conservadoras, apontam para a construção de uma marinha com grande capacidade de defesa costeira, dando mais valor para os sistemas defensivos, radares, sensores, e também para a capacidade de projeção de força em cenário como o de Taiwan.

No entanto, observadores ocidentais apontam para o facto de pela primeira vez em séculos a marinha da China ter enviado navios de guerra para o golfo de Adén para combater a pirataria, como uma demonstração de que os setores favoráveis ao expansionismo naval, representados por figuras como o Vice-Almirante Jin Mao, têm vindo a ganhar terreno.

Segundo eles, a futura marinha da China, seria também uma forma de demonstração de poder e prestígio nos mares do mundo, algo que a Rússia por exemplo fez ainda recentemente com a visita do porta-aviões Gorshkov e do cruzador Pedro o Grande.