Há quarenta anos Após homem pisar na Lua, corrida espacial continua

Janey Costa - Estado de Minas - Via UAI

Arquivo Nasa
Foto tirada pelos astronautas da Apolo XI: 40 anos de aventura espacial


Último astronauta a deixar a Lua em 1972, Gene Cernan, comandante da Apollo 17, disse, ao embarcar de volta para a Terra, que dava "o último passo do homem nesta superfície. Esperamos que não por muito tempo. No ano em que se comemoram os 40 anos do pouso da Apollo 11, os olhos o mundo voltam a pousar na Lua. Lançada em 18 de junho, a sonda entra em órbita com sucesso e já transmite fotos de alta definição da superfície lunar. A missão robotizada vai mapear e medir a Lua com precisão, indicando locais de pouso seguro para futuras viagens tripuladas. A Reconnaiscence faz uma órbita diferente da tradicional, ela viaja em trajetória polar estudando principalmente as áreas da Lua que passam quase todo o tempo sem receber a luz solar. A Nasa busca nessas regiões a presença de água sob forma de gelo ocultas pelas sombras das crateras.

Veja vídeos históricos dos 40 anos do homem na Lua

Confira imagens da aventura

A bordo da sonda, equipamentos de última geração transmitem, em tempo real, dados a velocidades superiores a 100 kb/s. A sonda tem câmeras capazes de distinguir objetos com menos de 1 metro de comprimento, instrumentos de mapeamento térmico que podem localizar gelo sobre a superfície, altímetro a laser que cria mapas topográficos de precisão absoluta, além de um telescópio de raios cósmicos que mede a radiação na Lua.

Caso encontre gelo, a sonda abrirá possibilidade para a instalação de uma base operacional no satélite. O gelo, além de fonte de água potável, é fonte de energia, pois moléculas da água podem ser quebradas para a extração de oxigênio e hidrogênio. O gelo também poderia fornecer aos cientistas informações de como era o sistema solar há bilhões de anos. Como em alguns pontos da Lua as temperaturas podem chegar perto dos 180 graus negativos, algumas hipóteses defendem que impactos de meteoros teriam produzido vapor d’água, imediatamente convertido em gelo pelas baixas temperaturas.

A presença de hidrogênio já foi detectada na Lua, em 1998, mas não se conhece a origem, talvez, particulas de vento solar arremessadas sobre a Lua por bilhões de anos. Mas os esforços da Nasa na retomada da exploração do espaço não para por aí. Logo após o lançamento da Reconnaiscensse, decolou o L-Cross, uma outra sonda da Nasa, equipada com um míssil que vai atingir de forma controlada a superfície lunar levantando uma nuvem de poeira que será analizada pelos equipamentos instalados nas duas sondas.

Arquivo Nasa
Buzz Aldrin caminha pela Lua
Planos mais ousados

Na verdade, os planos da Nasa não se limitam a retomar a exploração da Lua, onde a possibilidade de encontrar materiais de grande relevância é remota. Mas as missões lunares teriam hoje a função de preparar tecnologia, máquinas, equipamentos de prospecção e treinar controladores de voo e tripulantes para missões muito mais ambiciosas. Certamente, o planeta vermelho estaria encabeçando a lista. Missões tripuladas a Marte realizariam pesquisas muito mais amplas obtendo dados muito mais signficativos que os coletados pelos robôs-sonda até hoje.

Convertida em um gigantesco campo de treinamento, atualmente a Lua significa mais que um desafio, a possibilidade real de uma exploração do espaço e seus segredos e até mesmo fontes de lucro para grandes corporações, com recurssos e visão suficientes para investir na aventura espacial. Quem sabe as gigantescas naves-cargueiro dos filmes de ficção científica não façam parte de um futuro que chegará em breve?

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