Um negócio ofensivo

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Que exóticas transações intrometeram a empreiteira Odebrecht em negócios franceses de submarinos?

Folha de São Paulo - Janio de Freitas

A IMINENTE submissão do governo Lula à exigência francesa, para a venda ao Brasil de quatro submarinos convencionais, não só da construção de uma nova base naval paga aos vendedores, mas até de que a obra seja entregue à empreiteira Odebrecht, compromete mais do que a moralidade governamental, sempre duvidosa nos negócios. Implica, antes de tudo, a sujeição a um desrespeito ofensivo à soberania brasileira por parte do governo francês, representado pela estatal Direction des Constructions Navales.

Além da compra de submarinos contestados, em um pacote já estimado em dez vezes outras propostas ("O Globo", 12.jul), a exigência francesa retira do Brasil o domínio de uma obra militar sua e em seu território. Com isso, o Brasil perde o controle dos custos, reajustes e outros expedientes das empreiteiras, e perde os segredos convenientes a uma base militar que se pretenderá estratégica.
Sob tudo isso perpassa um mistério: que exóticas transações intrometeram a empreiteira Odebrecht em negócios franceses de submarinos? A ponto de os levarem a planejar um negócio de dimensões estapafúrdias, que o governo Lula mostrou-se automaticamente pronto a aceitar.

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É muito recomendável a dúvida entre estas duas hipóteses: a intromissão da empreiteira Odebrecht vem de lá para cá, como aparenta, ou foi remetida daqui para entrar lá no negócio e vir com ele, já sem concorrências e outros incômodos, até os gabinetes ministeriais, palácios e cofres brasileiros?

Lula se dispõe a assinar o contrato com os franceses no Sete de Setembro, quando da esperada visita do presidente francês. É uma data bem eloquente, para um negócio que submete a soberania.

Meia volta

A Expedição Jobim, destinada a andar na região paraense de Marabá como busca aos corpos dos guerrilheiros assassinados, está forçada a incorporar representantes das famílias de vítimas, mas só contrariar Jobim na composição não basta. Chegados os novos integrantes, é necessário voltar atrás e recomeçar as buscas desde os pontos mencionados por mateiros e agricultores.

Sem isso, os novos integrantes ficam sob o risco de comprometer-se com a Expedição Jobim em seu sentido original.

Meio segredo

Foi suficiente a descoberta de que, entre os tais atos secretos, está a verba mensal ("indenizatória") para gastos extras dos senadores, e logo se seguiu a descoberta de que existe também o ato meio secreto. Caso, claro, da "verba indenizatória", porque citada no "Diário do Congresso", embora o ato de sua criação jamais tivesse a necessária publicação no Boletim Administrativo.

Sem a invenção do meio secreto, os senadores ficariam sob o risco de decisão judicial para devolverem a "indenizatória" desde 2003, quando criada.

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