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A Vitória de porta-aviões dos EUA em Midway

A batalha de Midway, em 1942, foi o primeiro grande combate aeronaval da II Guerra Mundial, opondo frotas constituídas por grandes navios de linha e porta-aviões. A Marinha dos Estados Unidos obteve uma vitória decisiva.

Fonte: Jornal Expresso - Rui Cardoso

A frota de porta-aviões foi a única que escapou ao desastre sofrido pela Marinha dos EUA em Pearl Harbour (Dezembro de 1941). Em Midway, menos de um ano depois, estes mesmos navios vão ser determinantes na derrota da marinha japonesa com a qual se dá o caso inverso: perde quatro dos seus melhores porta-aviões.

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Como se explica que a marinha japonesa tenha obtido uma enorme vitória em Pearl Harbour (7 de Dezembro de 1941) e uma derrota tremenda em Midway (4/7 de Julho de 1942), apenas com uma diferença de seis meses?

Esta foi a pergunta a que a penúltima conferência do I Curso Livre "A Guerra no Mar", procurou responder. Trata-se de uma iniciativa do Centro de História da Universidade de Lisboa que termina na próxima 5ª feira, às 18.00, na Faculdade de Letras.

O comandante Rodrigues Pereira, director do Museu de Marinha, enumerou algumas das explicações possíveis, lembrando que, nos meses que se seguiram a Pearl Harbour, a superioridade aeronaval japonesa já tinha sido beliscada na Batalha do Mar de Coral, com dois porta-aviões postos fora de combate.


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Ainda hoje se discute se o presidente Roosevelt e os serviços secretos teriam sido alertados para a iminência de um ataque a Pearl Harbour. Duas coisas são certas: o ataque provocou uma viragem na opinião pública norte-americana, até aí desfavorável à entrada na II Guerra Mundial; e a guarnição da base foi apanhada de surpresa, em terra, mar e ar. Só os porta-aviões não estavam lá...

Em Midway não foi assim. A posse do código de comunicações japonês (desde antes da guerra) permitiu saber do ataque e a guarnição norte-americana da ilha estava alerta e tinha sido reforçada. Havia voos de reconhecimento e patrulhas de submarinos à procura da frota atacante. E os dois únicos porta-aviões disponíveis (um dos quais, o Yorktown fora reparado em tempo recorde após ser gravemente avariado no Mar de Coral) posicionam-se a noroeste da ilha, no limite do raio de acção dos aviões.

Já os japoneses dispersam forças, empenhando porta-aviões num ataque de diversão às ilhas Aleutas, perdem a vantagem da surpresa e falham no reconhecimento do dispositivo norte-americano julgando, até demasiado tarde, que não havia porta-aviões inimigos na zona.O almirante Yamamoto, comandante supremo japonês e o seu subordinado Nagumo, artífice da vitória em Pearl Harbour, empenham a primeira vaga de aviões no ataque à ilha. O saldo de aviões abatidos é-lhes favorável e as defesas norte-americanas ficam abaladas.

Entretanto, chega-lhes o alerta da presença de porta-aviões americanos e a saída da segunda vaga de aviões é retardada para trocar as bombas (de ataque ao solo) por torpedos. O alerta é dado como falso e voltam a trocar-se as munições. É neste momento que surgem os americanos.Dois grupos de aviões torpedeiros atacam à flor da água mas são massacrados pelos caças da escolta dos porta-aviões. Mas isto faz com que as atenções se desviem das nuvens donde surgem duas formações de bombardeiros de voo picado Dauntless, cujas bombas causam a devastação total nos conveses apinhados com aviões, combustível e munições.

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Cinco minutos decisivos

São cinco minutos que mudam a guerra no Pacífico e ao fim dos quais os quatro porta-aviões japoneses estão em chamas.Para além do material, que já não seria pouco, "perdeu-se a elite da aviação naval japonesa que tinha demorado dez anos a formar", sublinhou o comandante Rodrigues Pereira.

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Yamamoto, que sabia "que uma frota sem asas não vale grande coisa", desiste de perseguir os porta-aviões americanos, um dos quais, o "Yorktown" que sobrevivera à batalha do Mar de Coral, acaba por se afundar devido aos ataques dos aviões japoneses lançados dos porta-aviões e dos torpedos de submarinos. Ele sabia "que os porta-aviões eram mais rápidos que os seus couraçados e que, enquanto as suas peças tinham 40 km de alcance o raio de acção dos aviões embarcados era dez vezes maior".

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Mesmo quando se enganava, Yamamoto continuava a ser um estratega temível. Meses depois, a 18 de Abril de 1943, numa operação planeada ao milímetro, caças bimotores de longo raio de acção Lightning P-38 vão interceptar o avião que transportava o almirante japonês e abatê-lo, bem como à sua escolta, durante uma visita de inspecção às Ilhas Salomão. Era a machadada final no poder naval nipónico.