Alonso-Ferrari. Kubica-Renault. Barrichello-Williams. Rosberg-Brawn. Raikkonen-McLaren.

Fonte: Formula 1 2009

O mercado de transferências chega à sua fase mais decisiva da época.

Com a pedra central de todo o tabuleiro a ser anunciada esta semana) tudo indica na 5ª ou 6ª feira em Suzuka), todo o xadrez dos pilotos principais para 2010 vai ajustar-se.



1. Fernando Alonso será, por fim, anunciado na Ferrari. A história tem barbas mas ficou atrasada devido ao acidente de Felipe Massa na Hungria, à espera em relação a certezas de que ele voltaria às pistas e...mais recentemente, devido ao valor exigido por Kimi Raikkonen para ver o seu contrato rescindido.

Em Singapura, após o final da corrida em que Fernando deu o 1º pódio da temporada à escuderia francesa, houve a despedida oficial entre choro de alegria depois dos últimos dias difíceis e choros de tristeza, com a certeza que Alonso diz embora à equipa.

O novo director-geral da Renault, Jean-François Caubet, declarou mesmo às televisões no final da corrida: "Vamos sentir falta dele, mas ele também vai ter saudades nossas".

O "El País" revela que o acordo entre Alonso e Ferrari tem mais de um ano e que Raikkonen tem sido mesmo o grande empecilho à ida de Fernando para a Scuderia, o que poderia inicialmente, até, ter acontecido já esta época (digo eu, que Alonso não está nada arrependido de não ter sido tal a forma como a Ferrari e as restantes grandes foram surpreendidas pelo rendimento das rivais em 2009).

O jornal "As" avança que o contrato de Alonso será por 5 anos, até 2014. O "El País" dá conta que o contrato é de 3 anos com 2 de opção, o que coincide com o contrato que o Banco Santander fechou há semanas com a Ferrari.

2. Da Ferrari sai Kimi Raikkonen, rumo à McLaren. Um regresso a Woking ainda não confirmado mas já tornado evidente quando Martin Whitmarsh não desmente o interesse no regresso de Raikkonen.

O maior problema seria o salário do piloto finlandês. E aí é que a Ferrari entra, com a possibilidade da Scuderia pagar com a sua indemnização parte do salário de Raikkonen na McLaren.

Raikkonen foi piloto McLaren entre 2002 e 2006, onde foi vice-campeão em 2003 e 2005, e dá-se muito bem com vários elementos da equipa.



Norbert Haug foi confrontado com o problema de ter dois pilotos de ponta na mesma equipa. O duelo que acabou mal entre Hamilton e Alonso está à vista de todos. MAS Norbert Haug diz que ter dois grandes pilotos e ex-campeões do mundo na mesma equipa, não é problema.

Martin Whitmarsh e Norbert Haug mencionam ainda uma filosofia da equipa: "A McLaren nunca teve a filosofia de especificar um número um. Apenas queremos ter os melhores pilotos disponíveis nos nossos carros", afirmou Whitmarsh.

Ou seja, Kimi vai entrar.

A manutenção do Banco Santander na McLaren apesar do acordo com a Ferrari, facilita o negócio.

O Banco Santander torna-se um dos maiores patrocinadores da Fórmula 1 com um investimento total de cerca de 95 milhões de euros, só com o dinheiro colocado directamente nas 2 equipas.



O ING Bank, gastava 80 milhões de euros anualmente com a Renault F1 Team e patrocínio oficial de alguns GPs.

O Santander vai pagar 50 milhões de euros por ano, durante 3 anos, à Ferrari. E ainda tem mais dois anos de opção. 150 Milhões de euros no total.

O Banco vai "bancar" 50% do salário de Alonso, ao ritmo de 20 milhões de Euros por temporada.

Quanto à McLaren-Mercedes, o Santander voltou a assinar em função da chegada de Kimi Raikkonen por duas temporadas por 25 milhões de euros. Tal representa 50% do salário que Kimi vai receber.

Ou seja. Um investimento total de 90 a 95 milhões de Euros em 2010 e de 75 milhões em 2011.

3. Para compensar a saída do espanhol, a Renault terá optado por Robert Kubica (livre da BMW) para ser o 1º piloto da equipa.



4. Apesar do excelente campeonato que está a fazer, Rubens Barrichello vai perder o lugar na Brawn. É que a equipa não prescindiria de Button, em particular sabendo-se que será o provável campeão do mundo. E a questão é que a Mercedes que se prepara para adquirir a equipa em 2011, quer ter um piloto alemão com futuro. Como Vettel continua fixo à Red Bull, a aposta de Norbert Haug recai em Nico Rosberg, que ruma à Brawn GP.



5. Rubens Barrichello tem mercado à sua espera. Veterano, bom "acertador" de chassis (Button que o diga, pois tem ido buscar em vários treinos os acertos do brasileiro), ele tem na Williams a escuderia provável para encerrar carreira, como piloto com experiência para complementar com o novo campeão da GP2, o alemão Nico Hulkenberg.

A Williams F1 poderia, além de Barrichello, ter as hipóteses de Robert Kubica e Heikki Kovalainen. Mas Kubica terá assinado pela Renault. E Kovalainen que era uma solução de negociação de Frank Williams com Flávio Briatore para poder dispor de motores Renault em 2010, caiu por terra com o "Caso Piquet".

Restava Rubens.



6. Quem ficou esta segunda-feira livre para negociar e entrar no xadrez das transferências, foi Timo Glock. O alemão da Toyota ficou livre no dia seguinte à conquista do 2º lugar em Singapura. A Toyota diz que não dispensou mas que "abriu as portas a que ele negoceie com outros". Especulação de que Jarno Trulli também possa deixar a escuderia, deixam no ar a ideia de que a Toyota se pode preparar para abandonar a F1.

Ou então, não. Renovar por completo o seu line up.

Nakajima pode ser um dos pilotos a recrutar pela Toyota, caso permaneça.



7. Com a chegada de Raikkonen à McLaren, Heikki Kovalainen fica livre no mercado e sem a influência de Flávio Briatore para o colocar numa equipa competitiva. A Toyota, seria nas actuais circunstâncias, um bom poiso para o finlandês. Mas um regresso à Renault não é possibilidade de desprezar.




VATANEN ATROPELA ECCLESTONE E SURPREENDE TODT

Em Singapura, Jean Todt fez um raid de relações públicas e de campanha para a sua candidatura à presidência da FIA. Ele tem o apoio de Mosley, de Ecclestone e de um sem número de nomes importantes. Jogou com patrocinadores, fez tudo bem feito e até parece que já se sente no lugar de topo.

E foi assim que Jean Todt foi passeando com as câmaras de TV a seguirem-no, num desfile de campanha no momento da pré-grelha de partida. Cumprimentando toda a gente que queria.

Só que Vatanen fez o raid mais importante que poderia fazer para acabar com a exclusividade daquele momento. Até atropelando Ecclestone que reclamou "Hei...cuidado, não empurres!", Vatanen como louco para estender a mão a Todt. E quebrar ali o momento, deixando Todt sem poder reagir mal, a estender a mão, mas surpreendido, pois aquele era o cumprimento que não gostava de ter nem fazer.

Marketing de guerrilha pura de Vatanen. Brilhante na acção. Entrando rebelde pela festa dentro sem pedir licença, ora cá estou eu!

Quando se está em desvantagem, estas dão gozo e valem como uma vitória. Pode não chegar para o triunfo, mas ganha adeptos por certo. O de um homem sem medo que assume que é, claramente, o homem que corre por fora e representa uma total mudança de cultura.

A imagem vale por si. A tranquila descida pela grelha em tom de passeio de Todt, o favorito vs. um impulso de entrar por ali e quebrar com regras estabelecidas, de Vatanen.

Todt tem o apoio mais importante dos nomes grandes.

Vatanen conquista apoios na Ásia, África, no Golfo e alguns Europeus.

Ao Telegraph, Vatanen afirma que o status quo actual da Fórmula 1 tem medo dele mas que com ele, será um renascimento.

Mas, de novo, mesmo que perca...Vatanen ganhou neste raid em Singapura, como estes 12 segundos comprovam.





LOTUS APRESENTA CREDENCIAIS


Oitenta milhões de libras, quase a bater os 100 milhões de Euros é o investimento necessário para colocar o nome Lotus de novo na Fórmula 1 no próximo ano. A marca, propriedade da empresa de automóveis nacionais malaia Proton, reentrará com o projecto 1Malaysia no pelotão. Apoiado pelo Grupo Tune, propriedade do fundador da AirAsia, Tony Fernandes, a Lotus interrompe a ausência iniciada na temporada de 1994. Presente em Singapura, Fernandes adiantou que a escuderia está a contratar cerca de 225 pessoas para os departamentos de aerodinâmica, mecânica e electrónica.

O projecto 1Malaysia garantiu permissão para uso do nome Lotus, por parte da Proton, que detém os direitos do seu uso. Os carros da equipa recém-formada serão projectados e fabricados no próprio circuito de Sepang em Kuala Lumpur, Malásia, que será o local da fábrica da equipa.

FOTO:GPUpdate.net