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Investigação sobre acidente com caças Rafale no Mediterrâneo
será enviada ao Brasil


Reuters/Brasil - Via: O Globo

Os resultados de uma investigação sobre a queda de dois caças Rafale no Mar Mediterrâneo na semana passada será entregue ao Brasil, que negocia a compra de 36 aeronaves do modelo, informou o Ministério da Defesa da França nesta segunda-feira. (Infográfico: Saiba como foi o acidente com o Rafale e conheça outros caças na concorrência da FAB)

As duas aeronaves da Marinha francesa caíram na última quinta-feira a cerca de 30 quilômetros da cidade de Perpignan, provavelmente após colidirem no ar, disseram as autoridades franceses. Somente um dos pilotos foi resgatado.

O acidente aconteceu em meio às discussões para a venda dos Rafale, fabricados pela francesa Dassault ao Brasil. Se concretizada, a venda será a primeira exportação do caça de nova geração após anos de tentativas fracassadas.

Também estão na disputa para fornecer caças ao Brasil o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab. As três companhias têm até o dia 2 de outubro para apresentar melhorias nas propostas enviadas à Força Aérea Brasileira (FAB).

O porta-voz do Ministério da Defesa francês Laurent Teisseire disse em entrevista coletiva que o resultado completos da investigação será divulgado ao Brasil.

- Com um parceiro importante como o Brasil, obviamente quando a hora for apropriada e de acordo com uma forma que, pelo meu conhecimento, ainda não foi determinada, haverá transparência, como seria o esperado entre dois países parceiros - disse.

- É tradicional que os resultados de uma investigação aeronáutica seja compartilhada dentro da comunidade aeronáutica - acrescentou. - O objetivo é que todos - a comunidade de compradores e mais genericamente a comunidade das pessoas que voam - tenham o melhor entendimento do que aconteceu.

O acidente gerou questionamentos sobre seu possível impacto em um eventual acordo com o Brasil, mas o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, disse que o ocorrido não influenciará a escolha brasileira.

- Acho que isso não tem a ver, eu não conheço o problema (dos caças), mas a informação que se tem é que houve uma falha humana - disse Jobim após participar da abertura de um seminário internacional sobre energia nuclear no Rio de Janeiro. - Se isso fosse verdadeiro, não poderíamos mais estar comprando aviões Boeing - disse o ministro, ao se referir a acidentes na aviação comercial.

Ainda sobre a concorrência, Jobim disse nesta segunda-feira que não levará em consideração a opinião da Embraer na escolha dos caças. A empresa havia afirmado que a melhor escolha do governo seria a do caça Gripen NG, da sueca Saab, por causa das vantagens com a proposta de maior transferência de tecnologia.

Segundo Jobim, até agora nenhuma das concorrentes protocolou sua nova proposta junto ao governo para a venda dos caças.

Tanto Jobim quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já expressaram preferência pelo caça francês na disputa.

Durante visita ao Brasil do presidente da França, Nicolas Sarkozy, no início do mês, os dois países anunciaram que haviam aberto negociações para a compra do Rafale pelo Brasil. Entretanto, no dia seguinte ao anúncio, amplamente interpretado como uma vitória do caça francês na concorrência, o Ministério da Defesa afirmou que a disputa ainda não estava definida e que as três fabricantes poderiam apresentar melhorias em suas ofertas.