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HAWKER BEECHCRAFT X EMBRAER

Boeing e Airbus são ótimos exemplos de como todo grande fabricante de aeronaves precisa um rival para disputar mercado. No caso da Embraer, nos últimos tempos, esse competidor parece ser a norte-americana Hawker Beechcraft; Pelo menos no segmento de Defesa, onde a empresa brasileira já perdeu dois importantes contratos na América do Norte, para a escolha dos treinadores da Escola de Pilotos Militares da NATO no Canadá e o dos treinadores para a Força Aérea e a Marinha dos Estados Unidos. Nesse exato momento está começando um terceiro desses duelos industriais-comerciais, colocando em confronto os mesmos parceiros e as mesmas famílias de aeronaves. Trata-se da do interesse declarado da USAF, que precisa escolher seu novo avião COIN, das iniciais de Counter Insurgency ou Ataque ao Solo e Luta Anti-Guerrilha. Em jogo uma encomenda inicial de 100 aeronaves e opção para a compra de outras 100, só para atender as necessidades da USAF norte-americanas.

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Os modelos em disputa são o AT-6 desenvolvido pela Hawker Beechcraft em conjunto com a suíça Pilatus (outra antiga rival da Embraer) a partir do treinador T-6 "Texan Two" e o Embraer "Super Tucano", evoluído do "Tucano". Tanto o AT-6 como o "Super Tucano" são monomotores turbo-hélice de alto desempenho, aptos a operar em pistas curtas e capazes de transportar uma ampla variedade de armamentos, equipados com sistemas de última geração. E, o que salta aos olhos, não existe no momento nenhum outro avião no mundo, capaz de disputar com eles a seleção dos militares norte-americanos. Outros modelos são ou muito maiores, mais caros e mais complexos, ou inferiores em desempenho. A disputa será mesmo entre os dois.

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O Super Tucano" já está em serviço na FAB e em outras Forças Aéreas e o protótipo AT-6 já começou os ensaios de qualificação.

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A direção da Embraer sabe a força política da rival, e de como pesa na balança a filosofia do "buy american" na hora de adquirir material bélico pelos norte-americanos, como ficou recentemente demonstrado no duelo entre Boeing e EADS para escolher o novo reabastecedor da USAF. Ela tem a seu favor a boa aceitação dos seus produtos e o fato de estar investindo pesado nos Estados Unidos, onde sua subsidiária trabalha agora no desenvolvimento dos novos jatos executivos Legacy 450 e 500. E conta com as vantagens do Acordo de Cooperação em Defesa recentemente assinado entre os dois países. Mas sabe que das recentes posições de Brasília em apoio ao Governo do Iran no seu programa nuclear causou um grande mal estar em Washington.
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Reconhece também que o atual "Super Tucano" nada mais é que uma evolução de outra aeronave brasileira que há alguns anos perdeu para o T-6 da Pìlatus/Hawker Beechcraft na seleção do treinador militar básico da USAF e US Navy. Mas não pode esquecer que o fabricante que consegue colocar aeronaves militares em uso nos EUA ganha um enorme aval político para vende-las em outros países. Por isso, deve disputar. O resultado de mais esse duelo será definido pelos detalhes, e pela força dos parceiros industriais que o fabricante de São José dos Campos conseguir nos Estados Unidos. Um deles é a Northrop Grumman, que já ofereceu produtos brasileiros em concorrências anteriores na América do Norte.

Até o fim do ano o quadro desse novo jogo de xadrez estará melhor definido.

Aerobusiness - Por Roberto Pereira