Já está nos céus da cidade o mais novo equipamento da Polícia Civil para facilitar as ações em favelas. Quando o helicóptero Águia levantar voo, uma outra aeronave que serve como plataforma de observação acompanhará a ação dos agentes e toda a movimentação de bandidos, gravando imagens e retransmitindo-as em tempo real para as equipes em terra e o centro de comando e controle da Secretaria de Segurança.
O sistema importado de câmeras com visão noturna, antenas e monitores de mão — que custou R$ 12 milhões — está em uso há dez dias pelos agentes em treinamento. Ferramenta de apoio a soldados americanos no Iraque e Afeganistão, o equipamento foi instalado em Porto Alegre e, semana passada, sobrevoou o Morro da Mangueira, na operação em que um menino de 13 anos foi morto durante o tiroteio. Naquele dia, foi possível avisar aos policiais que seguiam em viaturas por onde passava um ‘bonde’ de traficantes com fuzis para fora da janela dos carros.
Longe do alcance dos tiros, a aeronave de apoio voava a cinco quilômetros de distância do morro e a seis mil pés (1.800 metros de altura), sem que os traficantes pudessem percebê-la. Com uma câmera e uma antena acopladas, o helicóptero aproximou a cena e filmou toda a operação na Mangueira.
As duas aeronaves vão voar sempre juntas. Na Mangueira, porém, como o helicóptero tático usado nas incursões da Polícia Civil está em Porto Alegre para a instalação de um adaptador capaz de receber a câmera, caso a aeronave de apoio precise de manutenção, não foi possível encurralar o bonde pelo alto e impedir a fuga dos bandidos até que as equipes de terra chegassem ao ponto.
Todas as horas de gravação vão formar um banco de dados para o planejamento das incursões. A ideia da Polícia Civil é usar esta aeronave para o trabalho de inteligência e coleta de informações nas comunidades, já que o zoom permite a captação de imagens com ótima resolução, inclusive para identificar marginais. O helicóptero também poderá ser usado no patrulhamento de grandes eventos.
Em 15 dias, a polícia ganhará um furgão, que servirá como centro de controle móvel, onde agentes com monitores de mão vão receber as imagens e guiar os policiais nas favelas. À noite, o sistema infravermelho mostra o bandido armado pela diferença de calor, sobretudo se ele fizer disparos.
  Fonte : O Dia