As suspeitas de que o vírus Stuxnet se dirigia especificamente ao Irão estão a aumentar, segundo uma nova investigação

As novas suspeitas são de investigadores da Symantec que depois de analisarem o vírus concluíram que este se destinava especificamente a infectar sistemas utilizados no enriquecimento de urânio, como os que são utilizados nas instalações nucleares iranianas.

E foram precisamente estas instalações que foram atacadas pelo vírus Stuxnet, um programa malicioso que já foi considerado por muitos especialistas como o primeiro míssil informático teleguiado.

"Um ataque como esse pode infectar milhares de máquinas no mundo todo, especialmente em países que trabalham com a tecnologia SCADA. O Stuxnet foi criado para sabotar ou restringir o funcionamento dessas infraestruturas", explica Dimitry Bestuzhev, Analista Regional de Malware da Kaspersky Lab para a América Latina. A empresa de soluções de segurança para informática, Kaspersky Lab, iniciou uma cooperação com a Microsoft para combater uma série de vulnerabilidades do Windows. Desde julho deste ano, os especialistas em segurança da informação têm acompanhado a evolução deste malware e detectaram que, além de processar arquivos de extensão LNK e PIF (arquivos de acesso direto), o vírus também usa outras quatro vulnerabilidades no Windows. "O Stuxnet é um excelente exemplo de um moderno ataque ao alvo. As pessoas responsáveis por este ataque têm habilidades altamente técnicas e conhecimentos precisos dos métodos de infecção", explica. Dados da Kaspersky indicam que a Índia é o país com mais atividade do Stuxnet, seguido da Indonésia e do Irã. Já dados da Symantec, um pouco mais antigos, apontam o Irã como sendo o país com o maior número de computadores infectados. O objetivo do Stuxnet não era obter informações, e sim a sabotagem de determinados elementos. Eugene Kaspersky, co-fundador e CEO da Kaspersky Lab, também descreve o Stuxnet como algo criado para sabotar fábricas e prejudicar sistemas industriais. A década de 90 foi marcada pelos vândalos cibernéticos e os anos 2000 pelos cibercriminosos. Agora estamos entrando na década do terrorismo cibernéticoO ataque que forçou a Microsoft a lançar uma correção de emergência no início de agosto pode fazer parte de um plano de ciberguerra. O Stuxnet, uma praga que infectou instalações nucleares do Irã e da Índia por meio de brechas desconhecidas no Windows. Os principais alvos são sistemas de controle de automação e monitoramento industrial, conhecidos pela sigla SCADA.

A especulação em torno da origem do programa começou em Julho, quando a Siemens reconheceu a existência de um vírus altamente sofisticado que afectava os seus sistemas.

No caso dos ataques ao Irão, o governo de Teerão foi obrigado a desactivar alguns equipamentos relacionados com o programa nuclear para evitar uma infecção generalizada.

Desde então são vários os especialistas que afirmam que o Stuxnet foi criado por Israel ou por algum país do Ocidente para sabotar o programa do Irão, que defende a energia nuclear para fins pacíficos.

Fonte: SOL