O Porta-aviões Shinano era na verdade um terceiro casco de super couraçado da classe 'Yamato' que em razão das derrotas Japonesas em Midway, (onde o Japão perdeu quatro porta-aviões), acabou sendo reprojetado, dotado de convés de voo e adaptado a operar aviões. O navio foi completado em 1944, e tinha uma previsão de tripulação de 2 400 homens. Foi o maior porta aviões do mundo até ao aparecimento da classe "Forrestal", da marinha americana em 1955.

O "Shinano" media 266 metros de comprimento por 40 metros de boca máxima (pista) e podia deslocar cerca de 74 208 toneladas em plena carga. O seu sistema de propulsão (12 caldeiras a petróleo e turbinas a vapor, movimentando 4 hélices) desenvolviam 153 000 cv de potência global e podiam imprimir ao navio uma velocidade máxima de 28 nós.

O armamento defensivo deste grande porta-aviões faziam parte canhões de calibre 120 mm e 100 mm, além de 145 peças antiaéreas de 25 mm e 12 rampas de lança-foguetes.



Por ter sido construido como couraçado sua blindagem laterar era superior a de qualquer outro porta aviões da época. Com uma blindagem de 127 mm. 17 000 toneladas de aço couraçavam a sua pista
Por causa do ocorrido em 'Midway' onde a Marinha Imperial Japosesa perdeu 4 porta aviões sem jamais repor o seu poderio, o Shinano tinha uma pista de voo blindada, coberta por uma chapas amortecedoras em aço e por madeira como na camada superior adequada para reduzir a possibilidade de derrapagem. Assim a pista podia, teoricamente, resistir à explosão de bombas de 1.000 libras. Evitando o que ocorreu em Midway quando os porta aviões japoneses de convés de madeira foram bombardeados, perfurados e consumidos por incêndios.

Por não ser um navio especificamente projetado para a operação como porta aviões seu parque de aeronaves so podia operar com desenvoltura um total de 35 aeronaves. apesar de ter capacidade de transportar até 100 unidades, se a natureza da missão confiada ao navio exigisse.

Como medida de comparação, os navios americanos da classe 'Essex', bastante menores (com capacidade de deslocamanteo de 34.500 toneladas - quase metade do Shinano) podiam operar entre 80/100 aeronaves.

O Shinano era considerado pouco adequado para operar como um porta-aviões. Na realidade o Shinano seria mais adequado para 'navio de transporte de aeronaves'. Além disso sob algumas condições de vento, havia sempre a possibilidade do convés ser varrido pela fumaça de sua chaminé (não obstante esta ter sido deslocada para a direita do casco).


O Shinano, foi entregue à marinha imperial no inicio de Novembro de 1944 quando foi submetido a testes. Durante esse periodo de testes (no percurso de Yokusuka a Kure), em 28 de Novembro de 1944 às 03:17 da madrugada, ele foi detectado pelo sonar do submarino americano SS-311, U.S.S. ArcherFish que o atacou, disparando seis torpedos contra o navio.

SS-311 -USS. ArcherFish

Um navio como o Shinano, se estivesse plenamente operacional e com tripulação treinada teria resistido ao ataque, mas como o navio ainda não estava completo, vez que lhe faltava a instalação de várias comportas estanques e bombas para remover água, que poderiam ter impedido a inundação da casa de maquinas do navio. Ás 6 da manhã o segundo anotações da tripulação do Archerfish feitas por periscópio o navio era rebocado pela sua escolta mas já sem 'força'.

A escolta de contratorpedeiros ainda tentou rebocar o navio de forma a encalha-lo, mas o peso enorme somado grande quantidade de água fez com que os cabos de reboque se partissem.
Por fim, às 10:15 da manhã, pouco mais de cinco horas depois de ter sido atingido, é dada ordem para o abandona-lo.


Sem possibilidade de conter a inundação o casco começa a adornar perigosamente às 10:55 da manhã. Os navios de escolta se afastam e o navio começa a afundar ainda com a alguns dos tripulantes e pessoal do estaleiro a bordo. A maior parte da sua guarnição pôde se salvar devido à lentidão do afundamento. Dos 1435 tripulantes. 1080 são salvos, tendo os demais (inclusive o capitão e engenheiros do estaleiro) perecido.




Interessante anotar que o 'Shinano' teve seu projeto executado de forma tão secreta que duas semanas depois do sinistro, quando o Archerfish voltou para Guam, sua pretensão de afundar um porta aviões de 70 mil toneladas foi posta em duvida, uma vez que o serviço de inteligência não tinha idéia de que o Shinano sequer existia.


Por insistencia do Capitão Enright (e considerando os registro do incidente constantes no diário de bordo do submarino) lhe foi creditado (e a sua tripulação do Archerfish) a marca de ter afundado um porta aviões de 28.000 toneladas - classe Hayataka, posteriormente aumentada para 59.000 toneladas, antes do fim da Guerra. Somente com a rendição do Japão finalmente foi constatada a existência do Shinano e seu deslocamento oficial de plena carga de 74 208 toneladas. O 'Shinano' resta, na história naval, como o maior navio afundado por um submarino.

*Texto e pesquisa by Vinna - Autorizada a reprodução desde que indicada a fonte