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“O Brasil é o primeiro país da sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e também o mais jovem. Conta 510 anos de idade, enquanto os outros são muito mais antigos, sendo que a China e a Índia têm história milenar. A Rússia, a China e a Índia são potências nucleares e possuem Exércitos gigantescos tanto em efetivos como em armas pesadas. A Rússia se enfraqueceu depois do desmoronamento do Estado soviético, mas ainda se conserva como potência militar e investe bastante em tecnologia bélica, sendo um grande exportador de armamentos. A China está investindo pesadamente em tecnologia militar visando manter uma hegemonia geopolítica na Ásia e Pacífico, vis a vis o industrializado e antigo inimigo, o Japão.

A Rússia se afastou de vez da Guerra Fria ao aceitar a proposta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de estabelecer em conjunto com os EUA um sistema de defesa antimísseis, fato esse recente por ocasião da gigantesca conferência de cúpula da OTAN em Lisboa no fim de novembro deste ano. Tive a oportunidade de estar em Lisboa e acompanhar de perto várias etapas daquela conferência considerada histórica pelo significado do fim da Guerra Fria e por essa parceria militar entre Rússia e a aliança atlântica contra mísseis vindos provavelmente de fora do território europeu…

A Índia quer manter sua influência na área do Oceano Índico e garantir sua hegemonia naval em rotas de petróleo vindas do Oriente Médio. Aliás, dois programas de construção naval são considerados os mais ambiciosos do mundo. O primeiro é da Índia e o segundo do Brasil, ambos por conta de reservas petrolíferas, sendo que a Índia é um grande importador de óleo bruto, enquanto o Brasil deverá se transformar em grande produtor se as reservas do pré-sal forem efetivamente confirmadas. A Índia precisa garantir fluxo externo de petróleo. O Brasil precisa garantir sua soberania marítima de produção petrolífera…

Nosso País tem extensa fronteira marítima, como também extensa fronteira terrestre. Além disso, o Brasil tem um gigantesco patrimônio ambiental representado por florestas e reservas de água doce consideradas as maiores do mundo, sendo também uma potência mineral de primeira grandeza o que o torna um dos líderes mundiais no futuro de duas décadas em termos de economia.

Mas como anda hoje o nosso poderio militar? Do ponto de vista qualitativo nossas Forças Armadas são as melhores da América Latina superando de longe as potências mais próximas deste continente como a Argentina e o México Também do ponto de vista quantitativo nossas Forças Armadas são superiores a todos os países latino-americanos, incluindo Cuba, que no passado foi grande “exportadora” de terroristas de esquerda e hoje está à míngua, numa situação constrangedora para alguns intelectuais que defendem a dinastia castrista. Setenta por cento das Forças blindadas cubanas estão sucateadas e enferrujadas e o salário dos oficiais cubanos são ao nível da pobreza absoluta o que atinge o moral daqueles militares…

[ OBS deste blog: Não é bem assim. O Brasil não está em melhor situação que todos os países latino-americanos. Nossas Forças Armadas foram asfixiadas, sucateadas nos anos FHC/PSDB/DEM. Para recuperá-las, é difícil e custoso. Por exemplo, nossos melhores caças, o Mirage 2000, comprados usados em desativação na França, recém-recebidos pela FAB, já são utilizados pelo Peru desde o início dos anos 90, que os comprou novos. O Chile investe bem mais pesadamente em suas Forças Armadas, em proporção ao PIB, e tem em seu acervo armamentos em maior quantidade e melhor qualidade que o Brasil (ex: blindados Leopard II (os nossos melhores, comprados usados, são do modelo "I", que o Chile já está desativando); muitos caças F-16 de última geração; navios e submarinos modernos etc)].

O Brasil sofreu uma [ gigantesca] redução no investimento militar no governo FHC [era época do conceito: "No Brasil, Forças Armadas para quê? No máximo, para serem polícia de favelas e de fronteiras contra narcotraficantes"...]. O governo Lula recuperou parte desse investimento, mas em nível insuficiente. De qualquer forma estão se modernizando as Forças blindadas do Exército, renovando os meios flutuantes da Marinha, inclusive com a construção de novos submarinos de tecnologia francesa, e se espera que a FAB consiga resolver a questão dos caças supersônicos no curto prazo…

Um fato interessante: dos BRICs, dois são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Rússia e China), enquanto a Índia já obteve apoio formal dos Estados Unidos para fazer parte daquele colegiado mundial.

Um sinal para o Brasil: se quiser ser membro permanente daquele conselho, deve fortalecer suas Forças Armadas, mantendo-as ao nível do “estado da arte” em tecnologia militar e na ampliação e qualificação do pessoal, garantindo qualidade e profissionalismo desse sensível segmento da vida nacional.”

FONTE: escrito por Josué Souto Maior Mussalém, publicado no Jornal do Commercio e transcrito no portal da FAB (NOTIMP) .

Fonte:Democracia e Política - Via: Plano Brasil