A notícia de que a presidente Dilma Rousseff decidiu suspender o processo de escolha dos aviões de combate da Força Aérea Brasileira (FAB) e, consequentemente, abrir a porta para outros concorrentes - além dos três que já vinham participando do processo - pegou o governo da Rússia de surpresa, injetando novas esperanças de entrar no páreo com um jato de quinta geração: o Su-35, tido como o mais moderno do mundo. Ele tem uma durabilidade de 30 anos.



Sukhoi Su-35

Cautelosas, as autoridades russas evitaram nesta terça-feira pronunciamentos a respeito. Sua principal preocupação era a de confirmar, diretamente, aquela informação. Ainda assim, fontes da Sukhoi, que produz o Su-35, acenaram com pelo menos três fatos que poderiam adoçar a negociação: oferecer ao Brasil a chance de participar da produção do jato, participar também dos projetos de sua modernização e nos serviços pós-venda.


O Su-35 possui um sistema para detectar alvos de forma passiva através da sua assinatura térmica, sendo o OLS-35 o sistema incorporado no Su-35. O OLS-35 detecta alvos através da assinatura térmica a distâncias de até 50km frente-a-frente e até 90km no quadrante traseiro. O sistema também mede a distância a alvos aéreos até 20km e até 30km para alvos terrestres, consegue monitorizar e seguir até 4 alvos aéreos diferentes e consegue designar alvos para mísseis guiados a laser.

Para o governo russo, trata-se de um assunto de importância estratégica. A América do Sul é vista como um mercado promissor, sendo o Brasil o mais lucrativo deles. A Rússia já havia participado da concorrência sete anos atrás, mas acabou sendo descartada. Na época, a Sukhoi estava desenvolvendo esse jato de quinta geração. Mas prevaleceu no governo brasileiro a ideia de que a Rússia passava por um mal momento econômico e, por isso, não se acreditava em sua capacidade de desenvolver o Su-35. Menos de dois anos depois, no entanto, o modelo já decolava.


O cockpit do Su-35BM é um dos mais avançados no Mundo.

Um aspecto anima os russos a buscar negócios na América do Sul: o fato de os Estados Unidos imporem restrições aos países interessados em adquirir armamentos "made in USA". Diante disso, a Rússia passa a ser uma alternativa. Como no caso dos Super Tucanos, que a Embraer estava prestes a vender à Venezuela. O negócio foi bloqueado pelo governo americano, já que 50% dos componentes daquele avião são fornecidos pelos EUA. O resultado foi que o presidente Hugo Chávez adquiriu 24 Su-30 russos (os caças de quarta geração).


Fonte: O Globo