O corte de 27% no orçamento do Ministério da Defesa não devem impedir que o acordo sobre a compra dos caças para a Força Aérea saia ainda no primeiro semestre deste ano. Como o projeto prevê uma rodada de 12 meses de negociações a partir do acordo de compra, os gastos orçamentários aconteceriam apenas a partir do final de 2012, de acordo com o ministro Nelson Jobim.

No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o governo não vai comprar os caças este ano, devido à contenção de investimentos em relação ao texto aprovado no Congresso.

Os cortes no orçamento da Defesa serão de R$ 4,1 bilhões, em relação aos R$ 15 bilhões previstos para custeio e investimentos. A maior dificuldade é cortar o custeio, já que o país conta atualmente com 345 mil militares na folha de pagamento.

As três forças que compõem o ministério, Exército, Aeronáutica e Marinha, já entregaram suas propostas de corte orçamentário e a decisão será tomada logo após o carnaval.

De qualquer forma, Jobim afirmou que os projetos internacionais vão continuar, mas disse que os nacionais poderão aguardar. No entanto, o ministro disse ser possível manter a compra dos caças no radar, porque o desembolso não seria em 2011. Mas a decisão final será da presidente Dilma Rousseff.

"Não há despesa de caças neste ano, não haveria em nenhuma hipótese. Porque uma coisa é decidir o início da negociação, que leva no mínimo 12 meses. Se fechasse esse ano, os efeitos orçamentários disso só se verificariam no final de 2012, início de 2013", disse Jobim.

A expectativa do ministro é retomar as conversas com Dilma dentro de dois meses para definir quais serão os caças. A maior expectativa é pelos franceses Rafale, mas também estão no páreo modelos da americana Boeing e da sueca Saab.

Fonte: O Globo