O Vietnã anunciou nesta sexta-feira manobras navais com fogo real no Mar da China Meridional em meio a uma escalada da tensão causada pelos atritos que mantém com Pequim na disputa pela soberania de regiões marítimas.

O anúncio foi feito através de um comunicado publicado pelo site oficial do organismo estatal de Cooperação para a Segurança Marítima Setentrional, um dia depois que o governo vietnamita denunciou o segundo caso de ataque a seus navios por parte dos chineses.

Segundo o organismo para a segurança marítima, as manobras acontecerão em frente à costa da província de Quang Nam, na região central do país, durante as quais será utilizada munição real.

Os exercícios navais devem provocar uma reação de Pequim, que nesta quinta-feira acusou o Vietnã de enviar navios militares com a finalidade de expulsar as embarcações pesqueiras chinesas da região que considera de sua soberania.

Antes, em Hanói, o Ministério das Relações Exteriores acusou a China de prejudicar de "forma deliberada" os trabalhos de prospecção executados por navios da companhia estatal petrolífera Petro Vietnã.

O fato, segundo a versão oficial do governo vietnamita, ocorreu quando um pesqueiro chinês avançou sobre os cabos de pesquisa dispostos no mar pela embarcação da companhia petrolífera e os cortou em águas vietnamitas.

No final de maio, outra embarcação chinesa cortou na mesma região os cabos de prospecção de outro navio da Petro Vietnã, incidente que levou Hanói a acusar a China de violar sua integridade territorial perto das ilhas Spratly, em cujas águas há depósitos de petróleo e gás natural.

O primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Tan Dung, sustentou na quinta-feira que a soberania do Vietnã sobre as ilhas Paracel e Spratly é "incontestável".

China, Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã reivindicam total ou parcialmente a soberania sobre as Spratly, enquanto Hanói e Pequim disputam o controle das Paracel, localizadas também no Mar da China Meridional.

Os Estados Unidos alertaram em reiteradas ocasiões que estas disputas sobre áreas marítimas do Mar da China Meridional podem chegar a atrapalhar o transporte marítimo, o que causaria um impacto negativo no comércio global.

Fonte: EFE/UOL