O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que o fim da guerra cambial precisa passar pela recuperação das economias desenvolvidas. Ele disse que é crítico em relação a qualquer manipulação de moedas, desde o controle da China até a política monetária de geração de liquidez dos Estados Unidos.

Segundo ele, a fraca retomada dos países ricos hoje representa um problema para os emergentes. "Precisamos de recuperação nos desenvolvidos", disse.

O ministro também vê necessidade de reforma do sistema financeiro internacional, dentro do âmbito do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), como forma de equilibrar o mercado cambial.

Enquanto isso, como os emergentes estão a receber forte entrada de recursos, ele voltou a defender a adoção de medidas para barrar o fluxo. "O controle de capital é necessário", disse, ao participar ontem do 2º Brazil Business Summit, em Paris.

O ministro da Fazenda afirmou ainda que seria inadmissível uma atuação política do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no caso da fusão do Pão de Açúcar com as operações do Carrefour no Brasil. Segundo ele, o banco precisa justificar sua atuação, que é eminentemente comercial.

Mantega voltou a falar que a transação é privada e não se trata de uma questão do governo brasileiro. Ele também descartou a possibilidade de pressão política sobre o caso.

Ainda ontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, se reuniu com membros do governo da França, em Paris.

Pimentel teve reuniões com o novo ministro da Economia, François Baroin, e com o principal assessor internacional do presidente Nicolas Sarkozy, Jean Davide Levitte. O ministro brasileiro disse que ninguém tocou no assunto da fusão.

Também presente ao evento, o diretor Executivo da divisão de Internacional e de Comércio do BNDES, Luiz Eduardo Melin, argumentou que a atuação do banco é técnica. Segundo ele, o banco de fomento recebeu uma proposta normal e tinha a obrigação de analisá-la.

Fonte: DCI