O Ministério das Relações Exteriores informou nesta segunda-feira (19) que o Brasil fez circular na Organização Mundial do Comércio (OMC) nova proposta sobre a questão cambial.

“O sistema multilateral de comércio teve suas regras elaboradas numa época em que prevaleciam taxas de câmbio fixas. Por esta razão, as disciplinas que regem medidas contra práticas comerciais desleais, tais como salvaguardas, antidumping e direitos compensatórios, não se mostram adequadas para tratar devidamente pronunciadas flutuações das taxas de câmbio”, diz a nota.

Em abril, o Brasil havia circulado documento em que ressaltava a necessidade de se discutir a relação entre taxas de câmbio e comércio internacional.

Na ocasião, o país havia assinalado que, em resposta à crise econômica e financeira de 2008/2009, “diferentes combinações de instrumentos de política fiscal e monetária têm causado frequente flutuação das taxas de câmbio relativas entre importantes parceiros comerciais, com efeitos de longo prazo potencialmente distintos em suas respectivas balanças comerciais”.

O documento desta segunda-feira retoma o argumento e busca contribuir para a reflexão sobre o que os membros da OMC poderiam fazer para resistir aos efeitos negativos que flutuações acentuadas das taxas de câmbio relativas têm para os fluxos comerciais internacionais.

A nova proposta abre um debate sobre os mecanismos disponíveis nas regras atuais para tratar de questões cambiais e sua adequação para essa finalidade.

“A referida proposta não prejulga o trabalho de outros organismos e foros que tenham competência sobre a questão e se concentra apenas nos aspectos que estão claramente sob a alçada da OMC”, destaca o comunicado.

“Nesse sentido, a mensuração, por exemplo, do quanto cada moeda está valorizada ou desvalorizada teria de ser discutida em outro fórum com clara competência na matéria, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo.”

Fonte: G1