A presidenta Dilma Rousseff desembarcou na manhã deste domingo, 18, no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, Estados Unidos. Dilma será a primeira mulher a abrir uma Assembleia-Geral da ONU, na quarta-feira, e durante o discurso defenderá o reconhecimento do Estado palestino.

Ignorando o desconforto que o apoio explícito pode criar entre americanos e israelenses, a presidente pretende reforçar a posição de líder internacional que o Brasil busca.

O discurso ainda não está pronto. Além dos tópicos que Dilma escolheu e das linhas gerais traçadas pelo Itamaraty, pouco foi desenvolvido. A versão final deve ser feita mesmo em Nova York, nos dias que antecedem a abertura da Assembleia-Geral.

A situação palestina não será um tema central, mas se encaixa em um dos tópicos preferenciais do Brasil: a mudança da geopolítica mundial, a necessidade de reforma da governança global e a abertura de espaço para novos atores internacionais.

A presidente voltará ao Brasil, provavelmente, na quinta ou na sexta-feira. Além da agenda na ONU, Dilma pode manter até sete encontros bilaterais com chefes de Estado - quatro deles já confirmados.

Dilma deve abrir seu discurso falando da importância de uma maior participação política das mulheres. Aproveitando o fato de ser a primeira presidente brasileira mulher - e, por isso, a primeira mulher a abrir uma Assembleia-Geral da ONU, já que o Brasil sempre faz o primeiro discurso - Dilma destacará a necessidade de se dar mais espaço político às mulheres.

Crise econômica

O centro do discurso da presidente, no entanto, deve ser a crise econômica mundial, os problemas enfrentados pelos Estados Unidos e a Europa e o risco de contágio em economias emergentes.

Dilma ressaltará também a situação brasileira, ainda saudável, mas destacará a necessidade de que países considerados ricos resolvam seus problemas para que os mais pobres não sofram ainda mais as consequências de uma recessão.

A chamada primavera árabe, que foram os movimentos democráticos do Oriente Médio, a integração regional latino-americana e a realização da conferência Rio +20, marcada para o ano que vem no Brasil também deverão entrar no discurso.

Agenda cheia

Além da abertura da Assembleia-Geral, a presidente terá uma agenda cheia. Nos cinco dias em que fica nos EUA, Dilma participará de debates sobre o controle de doenças crônicas não transmissíveis, sobre a participação política das mulheres, sobre segurança nuclear e sobre diplomacia preventiva.

Dilma ainda terá encontros bilaterais com os presidentes dos EUA, Barack Obama, do México, Felipe Calderón, da França, Nicolas Sarkozy, e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Também há pedidos de reuniões com os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Chile, Sebastián Piñera, e da Nigéria, Goodluck Jonathan, que ainda não foram marcados por dificuldades de agenda.

Fonte: Estadão