Para lembrar:
O processo de licitação em duas fases começou em janeiro de 2008 com o primeiro pedido de oferta enviado pela Armasuisse às quatro fabricantes de aeronaves: Boeing, Dassault, EADS e Saab. Em abril de 2008, a Boeing decidiu não apresentar propostas (incapaz de responder na transferência de tecnologia). Os ensaios dos três candidatos restantes, em vôo e no solo, começaram em julho de 2008.
Os testes incluíram em torno de trinta voos por candidato. Para este fim, cada fabricante disponibilizou à Armasuisse bipostos na configuração desejada. Estes aviões foram pilotados por pilotos de ensaio da Armasuisse e da Força Aérea, na presença de um piloto de ensaios do fabricante. Os aviões decolaram, em geral, da base aérea Emmen. Os aviões também pousaram nas bases de Meiringen, Sion e Payerne. Os cenários de teste foram idênticos para os três candidatos, com o objetivo de testar as aeronaves nos modos ar-ar, ar-terra e reconhecimento. A integração com a infraestrutura e na área da manutenção também foi testada.
Sobre o processo de contrapartidas (“offset”):
Durante a fase de avaliação das propostas dos concorrentes para a venda dos aviões de combate, cada fornecedor deve fazer ofertas concretas de offset. Essas carteiras de offset são então transmitidas para empresas suíças e ajustadas pela Armasuisse com relação aos requisitos de segurança e à política de aquisição.
Na fase de decisão, contratos e comerciais e contratos de offset são ajustados para permitir a análise do valor das diferentes ofertas. Isso afeta a avaliação global da aquisição. O fluxo de compensações diretas e indiretas é fixado durante esta fase.
Um programa de offsets de mais de US$ 2 bilhões gera trabalho para 2.500 pessoas por muitos anos. Quanto ao Rafale, os offsets somaram quase 6 bilhões; o Gripen E/F, 5,5 bilhões; e o Eurofighter, cerca de 8 bilhões. Em todos os três casos, será um retorno bem superior à fatura do contrato comercial do novo caça.
Resultados da avaliação:
De acordo com os relatórios oficiais apresentados pela Armasuisse, os resultados dos testes são os seguintes:
- Rafale
- Eurofighter
- Gripen C/D (Gripen NG foi proposto posteriormente, mas não pôde participar da avaliação).
O Rafale como favorito:
A parceria industrial:
As empresas do consórcio Rafale International – composto por Dassault Aviation, Snecma (Grupo Safran) e Thales, MBDA e seus subcontratados são capazes de oferecer à Suíça uma cooperação industrial e científica para o benefício de todos os seus cantões. Esta oferta afeta toda a gama de fornecedores, ou seja: o setor militar, com o Rafale, mas também o setor civil, que inclui: programas de jatos executivos Falcon, motores civis do tipo CFM56, além de aviônicos para aviões e helicópteros. Alguns elementos do Rafale já são fabricados na Suíça (transparências do canopi, tanque de combustível externo e, mais recentemente, elementos do radar Thales RBE2).
A oferta prevê a terceirização de muitos componentes estruturais, montagem final e manutenção na Suíça para todo o programa Rafale, assim como pesquisa e desenvolvimento. A fabricação de armamento (mísseis MICA) também está proposta, assim como o desenvolvimento do visor de capacete (HMD) Gerfaut; e também são ofertados outros sistemas, como o sistema de autoproteção SPECTRA e a segunda geração do sistema optrônico frontal (OSF).
De acordo com a Dassault, o Rafale é o avião que melhor convém para o nosso país, porque a estreita colaboração com os militares e com a indústria são favorecidas. Além disso, a última versão (F3 +) testada na Suíça respondeu a 95% das especificações e oferece as seguintes possibilidades:
- Capacidade de vôo em “supercruzeiro”.
- Curta distância de decolagem.
- Raio de ação e capacidade para voar missões de vigilância de longa duração.
- Rápida preparação após voo pelos mecânicos.
- Fácil integração à infraestrutura já disponível.
O sistema multisensor ofertado:
A versão proposta do Rafale ao nosso país é o mais recente disponível, o padrão 04T com a fiação para o míssil METEOR, o pod Damocles XF e a nova arquitetura IDM. A aeronave terá:
- Radar Thales RBE-2AA AESA.
- Sistema de autoproteção SPECTRA.
- OSF (óptica do setor frontal) de nova geração.
- Conexão de dados (Link16) de última geração (MIDS).
- Sistema de fusão de dados para operação como sistema NCW (Net Centric Warfare).
Em matéria de propulsão, se possível, não está excluído que uma versão mais potente do SNECMA M-88 esteja disponível (a ser confirmado em relação ao contrato com os Emirados Árabes Unidos).
A oferta do Eurofighter:
Cooperação industrial
Cooperação industrial sustenta-se no grupo formado pelas empresas parceiras no grupo Eurofighter, tais como Alenia Aeronautica (Itália), BAE Systems (Inglaterra) e EADS (Alemanha e Espanha), responsáveis pelo desenvolvimento e produção do Eurofighter. A empresa responsável pelo desenvolvimento do motor da Eurofighter é a Eurojet GmbH, cujos acionistas são a Rolls-Royce (Inglaterra), MTU Aero Engines (Alemanha) Avio SpA (Itália) e ITP Industria de Turbo Propulsores SA (Espanha). Além disso, o consórcio Eurofighter é completado por mais de 400 fornecedores internacionais e suas empresas-mãe ou filiais.
De acordo com a EADS, o Eurofighter é uma aeronave adequada para missões nas montanhas e, especialmente, no espaço aéreo peculiar da Suíça, em resposta aos seguintes requisitos:
- Grandes ângulos de aproximação para pouso e decolagem das bases em altitude.
- Distância de decolagem extremamente curta, sem pós-combustão, incluindo plena carga.
- Menor emissão de ruído e gases de escapamento.
- Capacidade instalada de “supercruise” (capacidade de atingir velocidade supersônica sem ligar pós-combustão), incluindo a plena carga.
- Longo tempo de vôo em missões de policiamento e vigilância aérea do espaço aéreo, o que reduz a frota necessária.
- Chegada extremamente rápida à área da missão.
Equipamentos:
O sistema integrado de gestão da missão e do armamento do Eurofighter tem capacidade de fusão dos dados de todos os sensores, mesmo com a chegada do radar AESA “Captor-E.” A interface homem-máquina está otimizada para “Carefree Handling”, para diminuir o esforço na execução de certas tarefas. Além disso, displays multifuncionais, diferentes modos de piloto automático e um sistema de comando por voz permitem ao piloto se concentrar totalmente na sua missão.
Sistema multisensor proposto:
- Radar AESA CAPTOR- E.
- Sistema PIRATE (equipamento embarcado de rastreamento infravermelho passivo).
- MIDS/Link 16 (Multifunction Information Distribution System).
- DASS Chaff/Flares (Defensive Aids Sub-System).
- Pod de contramedidas rebocado.
A oferta do Gripen:
Características técnicas:
Otimizado para a Suécia para permitir a sua operação pelos militares não especializados, o avião corresponde perfeitamente à situação Helvética. O Gripen é de concepção multifunção e permite execução de todas as tarefas previstas no caderno de encargos: policiamento aéreo, operações ar-ar, ar-solo e reconhecimento. A aeronave oferece um desenvolvimento contínuo, está qualificado para todos os tipos de mísseis ocidentais e permite, assim, instalar as mesmas armas que o F/A-18 e, atualmente, serve como uma plataforma para testes do míssil METEOR de próxima geração. O avião será desenvolvido e mantido no nível mais avançado, até 2040, em colaboração com a Suécia, e será proposta a adição de novas funções operacionais e de manutenção.
O sistema de armas do Gripen inclui armas de precisão “inteligentes”, tais como bombas guiadas a laser (LGB), e equipamentos de sistema de detecção frontal de infravermelho/laser, assim como os designadores/iluminadores associados (FLIR / LDP). Estes sensores de alvo avançados complementam os modos radar ar-ar e ar-terra e de enlace de dados táticos, dando ao Gripen uma capacidade de atque precisa e flexível.
O Gripen foi projetado e é constantemente atualizado, a fim de operar no ambiente de combate do século 21, a guerra centrada em redes (Net-Centric Warfare – NCW). O avião terá um novo sistema tático, como o radar de varredura eletrônica (AESA) “RAVEN ES-05?, um novo sistema de comunicação por satélite e um sistema eletroóptico para a detecção da aproximação de mísseis.
Comentários:
Até o presente, o Rafale parte como grande favorito não só graças aos seus excelentes resultados dos testes, mas também pelo que oferece na área industrial. O avião corresponde aos limites orçamentários e oferece excelentes perspectivas de modernização. O Eurofighter, por sua vez, melhora tecnicamente, mas sofre em termos de custo! Na verdade, é o mais caro para comprar e, obviamente, supera (de acordo com o preço de lista) o orçamento da Suíça, e sua manutenção é também a mais cara! O Gripen parecia bem colocado, mas a versão C/D testada é ultrapassada e os “NG” sofrem pelo atraso no seu desenvolvimento e pode, portanto, chegar tarde demais, e parece também que faltam garantias na oferta industrial.
Deve-se, no entanto, esperar a atualização das ofertas, mas é verdade que Dassault Aviation poderia ganhar a licitação e oferecer aos nossos dois países uma nova era na cooperação da aviação! A continuar…
Fonte: AviaNews, via Plano Brasil – Tradução e Sugestão: Justin Case - Via CAVOK
Nota do CAVOK: Depois que o Conselho Federal, que havia recomendado a aprovação de um orçamento especial para encomendar os 22 novos aviões de combate, o Conselho Nacional Suíço também votou na sexta-feira pela aquisição de novas aeronaves para substituir os antigos F-5 Tiger II.
1 Comentários
E que os céus escutem minhas preces e os anjos digam "amém".
Essa viúva ainda vai rir, faltam só três meses para findar o ano, 2012 ainda trará boas notícias oriundas da velha Moscovo.
Su-35: mais de 300 voos de teste
Mais de 300 voos de testes já foram realizados pelo programa do Su-35. Atualmente o Su-35-1 e o Su-35-2 encontram-se no Centro de Voo 929 para os ensaios, informou a Sukhoi.
O primeiro de série Su-35S1 também participa no programa. Os testes em voo realizados com Su-35-1 e o Su-35-2 confirmaram o desempenho geral das características dos aviônicos e da super manobrabilidade. Estabilidade e controlabilidade também foram verificados, juntamente com o desempenho do grupo motopropulsor e o sistema de navegação. A velocidade máxima de voo é de 1400 km/h próximo ao solo e 2400 km/h a 18km de altitude. A faixa de aquisição no modo ar-ar do radar é de mais de 400 km. É significativamente supera parâmetros semelhantes dos jatos atualmente operados na Rússia. O radar permite detectar e rastrear vários alvos a uma distância de mais de 80km. O sistema está pronto para uso operacional.
A análise do trabalho permite fazer uma conclusão de que a série Su-35/Su-35S tem um melhor desempenho melhor que os aviões operados atualmente. As alegadas características da aeronaves permitem concluir que o Su-35 deixou para trás todas os caças de 4 + geração (como o “Rafale” e EF 2000, F-15, F-16, F-18 modernizados e Mirage 2000), ameaçando novos os F-22A e F -35A.
A tecnologia avançada em desenvolvimento para o caça PAK-FA de quinta geração também tem sido utilizada no Su-35. Ela ajuda a diminuir os custos e acelerar o desenvolvimento do caça, assim, as forças aéreas será capazes de colocá-lo em operação mais cedo, explicou a empresa.
FONTE: Russian Aviation
VIA PODER AÉREO