A empresa Dearman Engine Company está a desenvolver um novo tipo de propulsor, mas desta feita alimentado a, admire-se, ar líquido!

Partindo de uma reinterpretação da fusão a frio, os pistões são empurrados pela pressão do ar presente no cilindro. Esta expansão do ar líquido, inicialmente armazenado à temperatura de -160º C (-256º F) acontece de forma rápida e quase imediata. Segundo a Dearman, o ar é puxado para os cilindros do motor através de um fluido permutador de calor. Esta reinvenção da fusão a frio pode ser explicada fisicamente com a mudança de estado do ar, de líquido a sólido, quando atinge a temperatura ambiente, acontecendo consequentemente a expansão da matéria gasosa, neste caso o ar.

Em termos de emissões, o balanço final é de zero emissões, já que através das válvulas de escape deste revolucionário motor sai apenas ar.

Segundo o site da Dearman, esta nova tecnologia, ainda em desenvolvimento, tem um potencial de viabilidade superior a outras soluções com produtos já no mercado, caso do hidrogénio e das novas tecnologias de baterias. Este novo motor da Dearman não utiliza materiais exóticos ou raros e pode ser produzido através de infraestruturas já existentes, sem necessidade de avultados investimentos.

O ar líquido funciona não tanto como um combustível, mas meramente como um transportador de energia, existindo apenas a necessidade de efectuar a compressão do ar através da redução da temperatura a que ele se encontra, e depois colocá-lo num depósito com isolamento térmico. Ao contrário das baterias, o rebastecimento do ar líquido, tal como a tecnologia de hidrogénio, demora apenas alguns minutos. O ar líquido conta ainda com outro benefício, em comparação com o hidrogénio, já que é armazenado com pressão atmosférica normal.

Apesar de armazenado num depósito isolado termicamente, a evaporação do ar líquido é lenta, tal como o hidrogénio ao longo do tempo, o que significa que só após um longo período de inactividade um depósito perca a sua carga.

O motor Dearman está agora com os peritos independentes da Ricardo Engineering para avaliação da viabilidade desta nova tecnologia que poderá trazer novos paradigmas pertinentes à mobilidade sem emissões.

Fonte: +Motores