O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu, nesta quarta-feira (15), a cooperação entre países sul-americanos e africanos para garantir que o Atlântico Sul seja uma “via segura de comércio”. “A fluidez do cenário internacional exige que o Brasil, a América do Sul e a África possuam uma estratégia comum”, disse o ministro, em seminário promovido na Câmara pela Frente Parlamentar de Defesa Nacional.

Indústria de defesa
O ministro também destacou a aprovação da Medida Provisória 544/11, que cria um regime tributário especial para a indústria de defesa nacional. O texto foi aprovado ontem pelo Plenário da Câmara e seguirá para o Senado. Amorim disse que as medidas previstas na MP estão alinhadas como Plano Brasil Maior, que tem como objetivo aumentar a competitividade da indústria nacional.

Segundo o ministro, o governo também continuará a “dar boas-vindas” ao capital estrangeiro na indústria bélica. Além de parcerias entre nações sul-americanas e africanas, o ministro disse que há previsão de cooperação na área de Defesa com países como Estados Unidos e Índia.

Compra de caças
Amorim foi questionado sobre a compra de novos caças pelo governo, que tem sido adiada nos últimos anos. Ele disse que o processo de compra pode avançar neste semestre, mas ressaltou que a decisão cabe à presidente Dilma Rousseff.

Amorim lembrou que a compra não é simples, pois envolve a transferência de tecnologia e um índice de produção nacional, além de gerar obrigações contratuais durante dez anos. O ministro disse que a aquisição dos aviões também levará em conta a capacidade financeira do País. A compra vinha sendo negociada com a França, os Estados Unidos e a Suécia.

Independência tecnológica
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou durante o seminário que o desenvolvimento científico e tecnológico do País precisa estar associado à soberania nacional. Ele afirmou que o ministério desenvolve projetos em conjunto com o setor de defesa. As áreas receberam investimentos de R$ 1,5 bilhão em 2010 e 2011.

Raupp disse que espera um aumento significativo dessa colaboração ao longo dos próximos anos. “Quase 50% das nossas atividades estão previstas na Estratégia Nacional de Defesa”, declarou.

O presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), disse que o futuro da Estratégia Nacional de Defesa é fundamental para garantir a soberania do Brasil sobre o seu território. "A soberania não é uma questão das Forças Armadas, é questão nacional de desenvolvimento", defendeu.

Fonte: AG Câmara