O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, classificou de retrocesso o impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, sustentando não foi oferecido direito de defesa no processo.
Em entrevista à TV Globo neste sábado, o ministro afirmou ainda que o Brasil não tomará uma posição individual, mas seguirá o direcionamento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Ele disse também que os países do Mercosul devem discutir possíveis medidas em relação ao novo governo do Paraguai em reunião do bloco prevista para a próxima sexta-feira na cúpula de chefes de estado de países membros e associados que ocorre em Mendoza, Argentina.
Patriota admitiu, em hipótese, que sanções podem ser impostas. "Existem inúmeras formas de se manifestar, desde o não-convite às autoridades que tomaram poder no Paraguai para participar das cúpulas, até o esfriamento dos contatos em diferentes níveis. Mas eu não queria antecipar antes de haver uma coordenação mais estreita da Unasul sobre isso", disse na entrevista de acordo com o texto reproduzido pelo site G1 da TV Globo.
Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia disseram que não iriam reconhecer o novo governo e caracterizaram a situação no Paraguai como uma ruptura institucional causada por um julgamento político "ilegítimo".
Lugo sofreu processo de impeachment pelo Congresso por má gestão depois da morte de 17 pessoas em um confronto entre camponeses sem-terra e a polícia.
Em seu lugar assumiu como novo presidente Federico Franco, que colocou como um dos objetivos tentar convencer as nações sul-americanas de que seu país não se afastou da ordem institucional.

Fonte: Reuters