A marinha da União Indiana opera porta-aviões desde que incorporou ao serviço o porta-aviões Vikrant em 1960. Tratava-se de uma aeronave britânica, que começou a ser construida durante a II guerra mundial (ex HMS Hercules), equipada com uma catapulta que permitia o lançamento de aeronaves com carga total, ou então de aeronaves de maiores dimensões.

A India retirou de serviço o Vikrant no final da década de 1990, mantendo ao serviço o Viraat (antigo HMS Hermes). Porém, aquele último, não tinha catapultas e estava limitado à utilização de aeronaves de descolagem vertical do tipo Harrier que entretanto tinham sido adquiridos à Grã Bretanha.

Já em 2013, a marinha da India deverá receber um ex porta-aviões russo da classe Kiev, que será chamado Vikramaditya.
Esse navio, também não possui catapultas, embora seja de dimensões maiores.
Com a chegada ao fim de vida útil das aeronaves Harrier, a marinha da India decidiu desenvolver um porta-aviões de conceção própria, mas sem considerar a utilização de uma ou mais catapultas.

Como no Vikramaditya de concepção russa, o porta-aviões indiano deveria recorrer à potência dos aviões MiG-29K (versão naval do MiG-29 russo).


Mudança de planos


No entanto, em meados de 2012 tudo parece ter sido alterado nas altas esferas militares indianas.

Aparentemente está em curso uma reavaliação completa do programa indiano de construção de porta-aviões, que entre outras coisas considera muito sériamente a necessidade de voltar a operar catapultas a bordo dos porta-aviões indianos.

Razões práticas


Num teatro de operações sem uma ameaça credível, os porta-aviões sem catapultas são perfeitamente utilizáveis. Embora eles consigam colocar no ar menos aviões por minuto, a não existência de uma oposição credível faz que este problema seja visto como «preocupação menor».


No entanto, quando se considera a possibilidade de enfrentar uma força adversária equipada com porta-aviões tudo muda de figura, já que tudo depende da quantidade de aeronaves que o navio inimigo consegue colocar no ar para atacar a força indiana.


A marinha da India não esconde os seus objetivos de operar caças pesados e esses caças não podem ser utilizados de forma eficiente num navio sem capacidade para projetar as aeronaves a grande velocidade.
Além da capacidade para operar esse tipo de aviões, que permite uma maior rapidez nas operações, um porta-aviões com catapultas pode também utilizar uma gama de aeronaves de apoio muito maior, entre os quais estão as aeronaves de aviso aéreo antecipado.

A marinha russa e a marinha da China (esta última numa fase aparentemente embrionária) utilizam porta-aviões sem catapultas. Os russos utilizam mesmo o caça Su-33, versão naval do Su-27 a bordo do porta-aviões Kuznetsov, desenhado na antiga União Soviética.

No entanto, os indianos olham para aquela solução com alguma desconfiança, dado reconheceram a as vantagens que são dadas pela catapulta embarcada.
A India tinha capacidade para utilizar aeronaves francesas Alize para luta anti-submarina, que tiveram que ser retiradas de serviço quando o porta-aviões Vikrant (Hercules) foi retirado de serviço em 1989.
Desde essa altura a marinha da União Indiana nunca mais recuperou as capacidades que tinha quando utilizava os Alizè franceses, tendo que recorrer a helicópteros ou a aviões baseados em terra.

Prevê-se que esta alteração conduza a novos planos de aquisição de aeronaves, com caças russos Su-33, caças americanos F/A-18 e caças franceses Rafale na primeira linha. Outras opções também poderão vir a ser consideradas, como uma versão naval dos caças Eurofighter e Gripen.