Muito barulho, o governo diz que investe em defesa, os militares desfilam com esperança renovada de poderem defender o Brasil como desejam, dissuadindo o inimigo da luta. Mas, merece investigação: não estariam sendo enganados? Afinal de contas, vence quem vende e não quem compra armamentos.

Dominar a tecnologia de ponta é preciso, porém, estaríamos no rumo certo da busca por este desiderato vital? Que o Estado pondere os prós e contras da admissão desmesurada de empresas alienígenas em nosso redivivo parque militar industrial! 

Até que ponto se compromete a defesa nacional quando, entre outras vulnerabilidades, se admite que 40% das peças utilizadas nos blindados Guarani devam ser fabricadas no exterior; a Elbit, empresa israelense, se aproprie da aeroeletrônica, que desenvolve, fabrica, faz manutenção e viabiliza o suporte logístico de produtos eletrônicos para veículos aéreos, marítimos e terrestres, fornecendo os sistemas de aviônica para o Tucano e o Super Tucano, da Embraer, e para o caça ítalo-brasileiro AMX; a Helibras, única fábrica latino-americana de helicópteros, seja controlada, em mais de 75%, pela Eurocopter, francesa, que por sua vez pertence em 100% à EADS (consórcio com participação dos governos alemão e espanhol); a BaeSystems, inglesa, tenha sido selecionada para fornecer os sistemas de controle eletrônico de voo do novo jato de transporte militar KC-390 da Embraer e que, agora, segundo informes de fontes especializadas, esteja buscando “parcerias estratégicas” para participar das licitações do Sisfron - Sistema Integrado de Fronteiras e do Sisgaaz - Sistema de Monitoramento da Amazônia Azul, avaliados em US$ 15 bilhões?

Alerta! Grandes predadores militares, membros permanentes do CS/ONU, são atores suspeitos. Associações com empresas brasileiras inegociáveis, oferecendo parceria no desenvolvimento de tecnologia, com o intuito aparente de ajudar o País a queimar etapas, não escamoteariam, em tese, impedir qualquer avanço sem o seu aval? 

Fonte: JC - Por Paulo Ricardo da Rocha Paiva - Coronel de Infantaria e Estado-Maior