Nos últimos 14 meses, a Embraer deu um grande salto em sua estratégia de se tornar uma empresa brasileira global. No período, a companhia inaugurou novas unidades de produção em Melbourne, nos Estados Unidos, e em Évora, Portugal, onde também aumentou a sua presença, com a compra da participação do grupo europeu EADS na Ogma, empresa de manutenção e reparo de aeronaves.

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O primeiro grande contrato para a retomada da produção da unidade aconteceu em junho, com a venda de 20 Legacy 650 para a ICBC Financial Leasing, maior instituição de leasing da China e a cliente lançadora do jato da Embraer no país. A ICBC, com capital registrado de US$ 1,27 bilhão, é a primeira a fazer leasing estruturado de aeronaves em zona franca na China.

As aeronaves serão produzidas na Harbin Embraer Aircraft Industry Co., Ltd (Heai), joint venture entre a Embraer e a Avic. As primeiras unidades, segundo a Embraer, começam a ser entregues no final de 2013. A fábrica da China terá uma capacidade inicial de seis aviões por ano, podendo chegar a 24 aeronaves.

O pedido eleva a carteira de jatos executivos da ICBC para 70 aeronaves. As encomendas da Embraer na China totalizam 159 jatos executivos e comerciais.
"Estamos em processo de construção da nova linha em Harbin, o que inclui novo layout, treinamento de funcionários e questões administrativas", diz o vice-presidente de Relações Institucionais da Embraer, Jackson Schneider. Segundo dados da Embraer, a China precisará nos próximos 20 anos de 1005 jatos na categoria de 30 a 120 assentos (15% da demanda mundial) e, em dez anos, de 635 jatos executivos - 33% do porte do Legacy 600/650.

Em Portugal, a Embraer investiu 177 milhões de euros na construção de duas unidades destinadas à fabricação de estruturas de fuselagem e componentes. A fábrica da Ogma em Alverca atua em manutenção de aeronaves civis e militares e na fabricação de partes e peças aeronáuticas. "Além de estratégica para a internacionalização, com capacidade para apoiar clientes em diversas regiões, a Ogma permite que a Embraer explore mais oportunidades no mercado de serviços pós-venda", diz Schneider.

Fonte: Valor - Via Porto Gente