Os Estados Unidos afirmam que o Irã criou um novo vírus de computador que, para os americanos, foi o responsável pelo ataque aos sistemas da petroleira saudita Aramco, em agosto, de acordo com a edição do jornal "New York Times" de hoje.

O vírus contaminou todo o sistema corporativo da companhia em 15 de agosto e deixou os 55 mil funcionários da empresa sem e-mails e comunicação durante duas semanas.
A Aramco teve que trocar todos os discos rígidos da empresa e ainda sofre as consequências do ataque. O arquivo, que foi incluído durante um feriado nos sistemas da empresa, foi chamado pelos americanos de Wiper.

O jornal informa que o mecanismo usado no ataque tem as mesmas características que o Flame, criado por Estados Unidos e Israel para atacar os sistemas do Ministério do Petróleo do Irã.

Na ação, os dados administrativos de todos os funcionários foram apagados e substituídos por uma imagem de uma bandeira dos Estados Unidos queimando.
Segundo os americanos, o Wiper foi uma modificação do Flame criada pelos iranianos para fazer uma represália contra os sistemas americanos.

Reivindicação falsa

Na época do ataque à Aramco, um grupo de hackers chamado "Espada cortante da Justiça" reivindicou o ataque, que foi atribuído à irritação do grupo com as políticas da Arábia Saudita no Oriente Médio.

No entanto, os especialistas americanos que estudaram o vírus afirmam que as pistas são falsas e que a ação é similar a outra invasão de sistema, feita na companhia de gás RasGas, do Qatar.

Em nenhum dos dois casos houve interferência na produção das extrativistas, mas os analistas acusam o Irã de fazer um ensaio para ataques a sistemas de empresas e do governo americano.

Em junho, o "New York Times" fez uma reportagem, citando fontes do governo americano, informando que o programa nuclear iraniano sofreu atrasos após ser vítima de um ataque cibernético organizado pelos Estados Unidos e Israel.

O jornal disse, na época, que o vírus Stuxnet mudou a programação das centrífugas de uma instalação nuclear iraniana em 2010.