A moeda iraniana registrou uma acentuada queda no mercado internacional e ontem amanheceu valendo no mínimo 25% menos em relação ao dólar do que valia na semana anterior. A flutuação negativa do rial foi comemorada pelo governo dos EUA, que a interpretou como uma vitória das sanções econômicas que o Ocidente tem imposto a Teerã em virtude do programa nuclear da república islâmica.
A forte desvalorização sugere que as medidas aplicadas por americanos e europeus - que desde janeiro incluem a suspensão da compra do petróleo iraniano por parte dos países da União Europeia, a principal fonte de renda externa do governo de Teerã - estão minando a habilidade dos iranianos em obter moeda estrangeira e indica que as reservas internacionais do país persa podem estar baixas.
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"Nosso entendimento é que a moeda iraniana caiu para uma baixa histórica hoje (ontem) em relação ao dólar no mercado informal monetário - apesar de alguns frenéticos esforços do governo iraniano, na semana passada, em tentar escorá-la", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado Americano, Victoria Nuland. Ontem, segundo o site de monitoramento monetário Mazanex, US$ 1 valia 34.200 riais. Na segunda-feira, cada dólar era negociado por 24.600 riais, segundo o site Mesghal.
"De nossa perspectiva, essa situação responde à implacável e crescente pressão internacional que todos fazendo a economia iraniana enfrentar", disse Victoria, afirmando que os EUA e outros países planejam intensificar as medidas contra o governo de Teerã para demonstrar que um "Irã com uma arma nuclear" não será tolerado.
No domingo, o ministro das Finanças israelense, Yuval Steinitz, afirmou que a economia iraniana está "à beira de um colapso", afirmando que os país persa perdeu até US$ 50 bilhões da receita que obtinha da exportação do petróleo, este ano, em virtude das sanções internacionais.
Em um reconhecimento implícito do impacto das restrições, no fim de julho o Irã anunciou medidas para controlar o câmbio e conter desvalorização do rial. No mesmo período, uma das principais empresas de transporte marítimo da indústria petroleira iraniana suspendeu suas operações. E o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse que o país precisa deixar de vender matérias-primas, entre elas o petróleo, para fazer frente às sanções.

Fonte: Estadão