Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ordenou, há duas semanas, a suspensão de todos os voos do Boeing 787 Dreamliner. A medida foi uma resposta ao segundo caso, em 15 dias, de mau funcionamento da bateria no moderno jato da fabricante norte-americana. Segundo matéria publicada na versão online do jornal The New York Times nesta quarta-feira (30/01), no entanto, mesmo antes dos dois incidentes, as baterias de íon-lítio usadas nas aeronaves já haviam enfrentado vários problemas que levantavam questões sobre a sua confiabilidade
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Segundo a publicação, a Boeing estava ciente dos problemas meses antes dos incidentes que resultaram em pousos de emergência e levaram empresas a cancelarem todos os voos do modelo 787 neste mês. A ação de emergência da FAA foi um movimento na aviação comercial que não é visto nos EUA desde 1979 e gerou crise em torno da gigante aeroespacial.
Duas das principais companhias aéreas do Japão disseram hoje, que haviam substituído uma série de baterias em seus modelos Dreamliner antes do cancelamento mundial dos voos. Uma porta-voz da All Nippon Airways afirmou que as baterias em 10 aviões de sua frota foram substituídas, enquanto um representante da Japan Airlines afirmou que "algumas" precisavam ser trocadas.
Em cinco das 10 substituições, a All Nippon Airlines afirmou que a bateria principal havia mostrado uma carga inesperadamente baixa. Uma queda inesperada de energia na bateria principal de um 787 também ocorreu no voo da companhia que precisou fazer um pouso de emergência no dia 16 de janeiro, no Japão.
A companhia aérea disse que havia relatado à Boeing sobre as substituições assim que elas ocorreram, mas não foi obrigada a comunicar o caso aos reguladores de segurança porque não foram consideradas questões de segurança e não houve atraso de voos ou cancelamentos. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes afirmou ontem que as trocas passaram a fazer parte de sua investigação.
A Boeing, que tem sede em Chicago, tem dito repetidamente que quaisquer problemas com as baterias podem ser contidos, sem ameaçar os aviões e seus passageiros. O balanço da empresa será divulgado nesta quarta-feira às 10h30 (de Brasília).

Fonte: Epoca