O governo do Irã negou hoje que a usina de enriquecimento de urânio de Fordow tenha passado por uma grande explosão, como noticiado na última sexta pela imprensa israelense.

A instalação, que fica em uma base militar próxima à cidade de Qom, ao sul de Teerã, é uma das usinas usadas no programa nuclear do país. As atividades despertam preocupação de Israel e de países ocidentais por uma possível intenção militar, o que Teerã nega.

Em comunicado hoje, a República Islâmica descreveu a notícia como parte de uma "propaganda ocidental" destinada a influenciar as negociações sobre a questão nuclear, que enfrentam neste momento um impasse.

A retomada das negociações entre potências e o Irã sobre a questão nuclear está prevista para as próximas semanas. O grupo é composto pelos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança -Estados Unidos, França, Reino Unido e China- e a Alemanha.
Well-protected: A graphic showing elements of the Fordow underground nuclear plant near Qom that are visible from the sky. Israeli sources say the facility suffered an explosion last week. Daily Mail
 
As partes se reúnem de forma periódica desde 2006, mas até agora não conseguiram entrar em um acordo para suspender ou continuar as atividades nucleares iranianas. Um dos principais impedimentos é a limitação de acesso da Agência Internacional de Energia Atômica às instalações nucleares de Teerã.

Nesta semana, o Irã propôs que as negociações aconteçam no Cairo, em mais uma mudança de lugar das reuniões, que até o ano passado aconteciam em Moscou. O Ocidente acusou o país de querer postergar o acordo para continuar a desenvolver seu programa nuclear.

A acusação foi rebatida pelo chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, dizendo que o Ocidente bloqueia as negociações. Nesta segunda, o chanceler russo, Sergei Lavrov, pediu que as potências e o Irã "parem de se comportar como criancinhas" e sentem para negociar um acordo.