O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez um apelo pelo fim do confronto entre as duas Coreias, tecnicamente ainda em guerra, dada a ausência de um tratado de paz para o conflito de 1950-53.
O surpreendente discurso de Kim, que chegou ao poder depois da morte do seu pai em 2011, foi transmitido pela mídia estatal. A fala pareceu substituir o tradicional editorial de Ano Novo publicado na imprensa estatal.
No entanto, a Coreia do Norte já falou sobre o fim do confronto antes. O discurso não significa necessariamente uma mudança na política do país.
"Um importante tema para terminar com a divisão do país e conseguir a reunificação é remover a confrontação entre norte e sul", disse Kim, num discurso que parecia gravado. "O passado mostra que a confrontação não leva a nada, a não ser à guerra."
A fala de Ano Novo foi a primeira em 19 anos de um líder norte-coreano.
"O discurso aparentemente passa a mensagem de que ele tem a intenção de dispersar as hostilidades, o que pode estar ligado com um pedido de ajuda econômica", afirmou Kim Tae-woo, especialista do Instituto Coreano pela Unificação Nacional.
"Mas uma atitude como essa não significa necessariamente uma mudança no regime do norte em relação ao sul", acrescentou.
No mês passado, a Coreia do Sul elegeu como presidente Park Geun-hye. Ela defendeu o diálogo entre as duas Coreias, mas exigiu que Pyongyang abandonasse suas ambições nucleares. 

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, leu uma mensagem de feliz ano novo no rádio e na TV do país pela primeira vez e disse que 2013 será o ano de uma virada radical, que vai transformar o país em um gigante.

Ele falou sobre a necessidade de reunificar as duas Coreias e pediu a redução da tensão entre os países que estão, oficialmente, em guerra.

Desde 1994 que um líder da Coreia do Norte não fazia um pronunciamento em cadeia de rádio e TV, já que o último havia sido feito pelo avô do atual líder, Kim Il-sung. O pai Kim Jong-Il, que morreu em dezembro de 2011, raramente fazia discursos públicos.
Da BBC

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, anunciou nesta terça-feira uma "mudança radical" para estimular a economia do país e insistiu nas ambições militares do regime depois do lançamento de um foguete considerado um teste de míssil balístico pela comunidade internacional.
Em uma mensagem divulgada pela televisão estatal, Kim Jong-Un, que em dezembro de 2011, após a morte do pai, Kim Jong-Il, se tornou o líder do país, desejou que 2013 represente um ano de "grandes criações e mudanças".
"Devemos realizar uma mudança radical para construir um gigante econômico com o mesmo espírito e valor demonstrados na conquista do espaço: este é o lema que nosso partido e o povo devem apoiar este ano", disse. "Todo o partido, o país e a população devem estar comprometidos no giro completo destinado a melhorar o nível de vida da população", completou.
Mas para Yang Moo-Jin, professor de Estudos Norte-Coreanos em Seul, as declarações podem "representar reformas econômicas limitadas". Nos últimos anos, a China estimulou o empobrecido vizinho a abrir a economia, mas o único resultado significativo foi a criação de zonas de atividade ao longo da fronteira comum.
Em 2002, o país iniciou tímidas reformas para tentar limitar os efeitos do fim dos subsídios e das ajudas após o fim da União Soviética na década de 90. Mas o poder norte-coreano, muito centralista, teve medo do desenvolvimento do pequeno comércio e anulou a maioria das reformas três anos mais tarde.
A Coreia do Norte sofre com a escassez de alimentos em consequência da péssima gestão agrícola, das inundações e da seca, além da redução da ajuda internacional nos últimos anos. Seul critica a cara militarização do Norte, apesar da falta de alimentos para a população. Neste ponto, Kim Jong-Un afirmou que não pensa em mudar nada.
"O poder militar de um país representa sua força nacional. Só pode desenvolver-se com a condição de construir seu poder militar em todos os campos", disse, de acordo com o conceito de "songun" (prioridade ao exército) defendido por seu pai Kim Jong-Il.
Ao mesmo tempo, no entanto, o líder norte-coreano pediu a intensificação dos esforços para aliviar a tensão na fronteira com a Coreia do Sul, de acordo com os compromissos assumidos anteriormente pelos dois países.
"Um ponto importante para acabar com a divisão do país e conseguir a reunificação é eliminar o confronto entre Norte e Sul", afirmou Kim na mensagem de Ano Novo. "Os antecedentes nas relações coreanas demonstram que o confronto entre compatriotas só conduz à guerra", disse.
O pedido de Kim foi feito uma semana depois da eleição da conservadora Park Geun-Hye como presidente da Coreia do Sul e coincide com o debate no Conselho de Segurança da ONU sobre como punir a Coreia do Norte por seu recente lançamento de um foguete de longo alcance.
A mensagem de áudio foi a primeira do tipo desde que o avô de Kim, o fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, pronunciou uma similar em 1994, ano de sua morte.
 Do Terra