O jornal norte-americano The New York Times disse na quinta-feira
que hackers chineses têm atacado "persistentemente" seus computadores
nos últimos quatro meses, desde a publicação de uma reportagem sobre a
fortuna do primeiro-ministro Wen Jiabao, mas que materiais confidenciais
relacionados a esse caso não foram acessados.
Segundo o NYT, os ataques começaram depois que o jornal publicou,
em outubro, que a família de Wen havia acumulado pelo menos 2,7 bilhões
de dólares em "riquezas ocultas". A China disse na época que a
reportagem caluniava o premiê e tinha motivações escusas.
"Nos últimos quatro meses, hackers chineses têm persistentemente
atacado o New York Times, infiltrando-se em seus sistemas de informática
e obtendo senhas de seus repórteres e outros empregados", disse o Times
na quinta-feira.
"Especialistas em segurança contratados pelo Times para detectar e
bloquear os ataques informáticos reuniram indícios digitais de que
hackers chineses, usando métodos que alguns consultores associaram no
passado aos militares chineses, violaram a rede do Times."
A chancelaria chinesa rejeitou as acusações do jornal. "Chegar a
tais conclusões por razão nenhuma, com indícios incertos e sem provas, e
dizer que a China participa em ataques relevantes on-line é totalmente
irresponsável", disse o porta-voz Hong Lei a jornalistas.
Ele reiterou a posição chinesa de que o país "é também vítima de
ataques online", e disse esperar que "a parte relevante tome uma atitude
responsável quanto a essa questão".
O Times disse que os hackers violaram as contas de email do chefe
da sucursal de Xangai, David Barboza, autor da reportagem sobre a
família Wen, e de Jim Yardley, ex-chefe da sucursal de Pequim, hoje
trabalhando na Índia.
Especialistas em segurança reuniram indícios de que os hackers
furtaram as senhas corporativas de todos os funcionários do Times,
usando isso para obter acesso aos computadores pessoais de 53 pessoas,
principalmente fora da redação, segundo o jornal.
Fonte: Reuters
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