Empresa quer evitar atrasos na entrega do modelo A350 após série de acidentes com as baterias em aviões da Boeing


Enquanto a Boeing ainda tenta identificar as causas dos acidentes com baterias que resultaram na paralisação das operações de sua frota, a fabricante de aviões europeia Airbus decidiu retirar as baterias de íon-lítio de seu novo jato, para evitar atraso nas entregas do modelo A350 devido às preocupações com a incerteza regulatória.

Na semana passada, a Boeing anunciou que existe um risco de atraso na entrega dos 787 Dreamliners por causa da investigação das causas do superaquecimento da bateria de íon-lítio de um Dreamliner que se encontrava na pista do Aeroporto Internacional de Logan, em Boston. A falha na bateria se repetiu em Dreamliners operados pelas japonesas Japan Airlines (JAL) e All Nippon Airways (ANA), o que levou à determinação de que todos os 50 aviões do modelo em operação no mundo permaneçam no chão até que a questão seja solucionada.

O ministro de Transporte do Japão, Akihiro Ota, disse nesta sexta-feira (15/02) que o governo pode ter de considerar medidas para sustentar as companhias aéreas que operam com aviões Boeing 787 Dreamliner após a suspensão global de voos da aeronave no mês passado.

A decisão da Airbus é o mais recente sinal de uma crescente retirada desse tipo de tecnologia da indústria de aviação. As investigações resultantes e as revisões regulatórias têm levantado dúvidas sobre as futuras normas de segurança para as baterias recarregáveis de lítio instaladas a bordo dos aviões.

Originalmente, a Airbus pretendia usar quatro baterias de lítio recarregáveis em cada A350 para fornecer energia elétrica em terra e no ar. Mas agora, de acordo com esses funcionários, o avião será entregue com os sistemas convencionais de baterias níquel-cádmio. A fabricante europeia espera que o A350 faça seu primeiro voo experimental até julho. Depois, o modelo será submetido a uma série de testes e buscará a certificação das autoridades de aviação europeias no início de 2014. A Airbus espera que o A350 comece a receber passageiros no meio do próximo ano.

Fonte: Época Negócios / Estadão Conteúdo (com informações da Dow Jones) - Foto: Sebastião Moreira (EE) - Via: Aviation News