As Forças Armadas do Brasil anunciaram o interesse de comprar cinco baterias de mísseis antiaéreos russos, três do modelo Pantsir-S1 e dois do Igla, informou nesta sexta-feira o Ministério da Defesa.
O chefe do Estado-Maior, o general José Carlos De Nardi, afirmou por meio de um comunicado que as Forças Armadas apresentarão a proposta à presidente Dilma Rousseff para que o governo negocie a compra durante a próxima visita ao Brasil do primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, que está prevista para o final de fevereiro.
 
A negociação poderia incluir o estabelecimento de uma fábrica no Brasil e um acordo para a transferência de tecnologia para o país, segundo o comunicado.
Os governos do Brasil e da Rússia manifestaram interesse em colaborar no setor de defesa durante a visita que Dilma realizou a Moscou em dezembro do ano passado. 

Fonte: Exame






O Brasil deverá comprar sistemas de defesa antiaérea da Rússia, segundo comunicado do Ministério da Defesa. As negociações se arrastam, pelo menos, desde 2009. Mas agora parece que serão concluídas, e com novidades importantes.        
Segundo o ministério, uma comitiva conheceu os equipamentos no fim de janeiro, na Rússia. Estão na mira do Exército, responsável pela defesa antiaérea, os sistemas Pantsir-S1(abaixo) e o Tor-M2E, dos mais modernos e eficientes do mundo. 
        A expectativa é fechar o negócio durante a visita do primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, ao Brasil, no fim deste mês. "O que precisamos agora é apresentar a proposta à presidenta da República", disse o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi.
        
A grande inovação é a previsão não só da compra de baterias para suprir o que é, provavelmente, o maior buraco na defesa brasileira. O acordo costurado sugere que haverá transferência tecnológica a empresas brasileiras, com possibilidade de construção dos armamentos no país.        

Não por acaso, todas as empresas interessadas e com capacidade logística e técnica para tal transferência estavam representadas na comitiva que foi à Rússia: Odebrecht Defesa (que é dona da fabricante de mísseis Mectron), Embraer Defesa (proprietária, entre outras, da empresa de radares antiaéreos Orbisat) e Avibrás (fabricante de mísseis e do principal sistema de artilharia brasileiro, o Astros).        

A Odebrecht é a empresa mais avançada nos contatos com os russos. Em dezembro, assinou um memorando de entendimentos com a Rostechnologii, estatal russa de tecnologia de armas. Especulou-se à época que o objetivo seria a construção, no Brasil, de helicópteros russos, mas o foco é mais amplo e pode incluir sistemas antiaéreos.        

Resta saber se haverá dinheiro. O governo Dilma Rousseff congelou a compra de caças, negócio bilionário, embora tenha dado "ok" para o reequipamento das patrulhas de superfície da Marinha. O Tor, objeto de desejo dos militares, é caro. Uma bateria completa, com quatro lançadores, um veículo de comando, carros de apoio, logística e mísseis não sai por menos de US$ 300 milhões (cerca de R$ 600 milhões). 

Por Folhapress - por Igor Gielow - Via Jornal Agora