O comandante da academia dos serviços de informações militares do
Iraque foi morto num duplo atentado na cidade de Tal Afar (Norte). É o
último de uma vaga de ataques contra responsáveis governamentais, numa
altura em que se agravam as tensões sectárias no país.
Segundo a polícia local, a casa do brigadeiro general
Awni Ali foi atacada por dois suicidas, apesar de estar situada num
bairro sujeito a fortes medidas de segurança. “Os guardas mataram um dos
bombistas, mas quando o general e os seus guarda-costas saíram [de
casa] um outro bombista correu na direcção deles e fez-se explodir”,
contou à Reuters um oficial da polícia. Dois guarda-costas morreram no
ataque, que ninguém reivindicou até agora.
Tal Afar, situada
próxima da fronteira com a Síria, foi um dos principais palcos de
batalha entre rebeldes sunitas e o Exército norte-americano em 2005
e tem sido atingida por frequentes atentados atribuídos a grupos
próximos da Al-Qaeda no Iraque. É a estes grupos que tem sido atribuída a
sucessão de atentados registados desde Janeiro contra responsáveis
governamentais e forças de segurança – ataques que o Governo, dominado
pela maioria xiita, afirma terem como propósito reacender a violência
sectária que em 2006 e 2007 colocou o país à beira de uma guerra civil.
Só
neste sábado, a AFP dá conta de outros dois atentados similares nos
arredores de Bagdad: um juiz sunita, responsável por investigações
antiterroristas, morreu na explosão de uma bomba-lapa colocada no seu
carro; um oficial do Exército e dois soldados foram mortos por um
engenho artesanal escondido na estrada.
O recrudescimento da
violência ocorre num momento de crise política no país, com
manifestações quase diárias nas províncias sunitas do Oeste contra o
Governo de Nuri al-Maliki, a quem acusam de querer transformar o Iraque
num feudo xiita. A esta tensão soma-se o diferendo entre Bagdad e o
Curdistão a propósito dos proveitos da exploração petrolífera naquela
região autónoma, e que levou já ao adiamento da aprovação do Orçamento
de Estado para este ano.
Fonte: Publico
0 Comentários