O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou a criação da Distinguished Warfare Medal (Medalha de Guerra), uma medalha que será atribuída aos membros do serviço de ciberguerra do país. Isso inclui os operadores dos drones - aviões não tripulados cujo uso vem sendo bastante criticado, devido às baixas civis que provocam. Os drone têm sido a principal arma americana no combate aos militantes da Al Qaeda no Afeganistão.
A medalha foi projetada para reconhecer os esforços de membros que atuam de forma direta e precisa nas operações de batalha, mas que não estão necessariamente dentro dos campos. "A Medalha de Guerra será concedida em nome do secretário de defesa para os membros do serviço cujas extraordinárias conquistas, independentemente da distância que estejam do combate tradicional, merecem reconhecimento do departamento", diz o anúncio oficial no site do governo.
"Eu vi em primeira-mão como modernas ferramentas, como plataformas pilotadas por controle remoto e sistemas cibernéticos, mudaram a forma como as guerras podem ser combatidas", disse o secretário de defesa Leon E. Panetta. "Devemos também ter a capacidade de honrar ações extraordinárias que fazem verdadeira diferença em operações de combate, mesmo que essas ações estejam fisicamente longe da batalha."
A Medalha de Guerra será a nona maior condecoração que o Pentágono concederá às tropas, e estará diretamente abaixo da Distinguished Flying Cross, premiação dada a militares ou membros da brigada aérea.
"Esta nova medalha reconhece o caráter mutante da guerra e aqueles que fazem contribuições extraordinárias para isso", disse o General das Forças Armadas Martin Dempsey. 
Associações de veteranos de guerra criticaram a iniciativa do Pentágono.

Fonte: IDG
A Guerra, quente ou fria é quando a tecnologia mais avança, mas curiosamente os militares, que primeiro usufruem e desenvolvem essa tecnologia acabam sendo lentos em assimilar suas consequências. Em alguns casos mesmo nós, que vivemos a tecnologia temos dificuldade.
É o caso da Distinguished Warfare Medal, a primeira nova medalha desde 1944, criada para condecorar pilotos de drones e “cyber-guerreiros”.
O conceito é que embora estejam distantes, esses soldados participam de ações de combate reais. matando inimigos, incapacitando infraestrutura e salvando vidas de soldados amigos. No caso dos Hackers, podem anular sistemas inimigos, invadir redes e coletar informações vitais para uma estratégia de ofensiva vencedora.
Qual a polêmica?

Todos os matizes do espectro político nos EUA estão incomodados. Mesmo entre as forças armadas há uma clara prevenção contra esses Guerreiros de Escritório. A argumentação é que por mais que você contribua, ficar numa sala com ar-condicionado em Nevada comandando um Predador não é perigoso. Todo o mérito, a honra, o sacrifício de pular em cima de uma granada para salvar seus amigos não existe. No máximo você faz um ataque kamikazi com o drone e espera o “respawn”.
Do ponto de vista do soldado em terra é difícil discordar, mas eles têm a mesma prevenção com o pessoal da Força Aérea, e até com os da Artilharia, 40Km atrás da linha de frente. 

É fácil ser simpático a esse ponto de vista, crescemos vendo filmes de guerra, glorificando sacrifício, destacando gente que foi acima e além do dever, há inúmeras histórias, e por mais que saibamos que guerra não torna ninguém grande, atos de coragem são sempre admirados.
Só que a coisa começa a ficar cinzenta quando o guerreiro é um artilheiro em um Bombardeiro Stealth B2 voando a 40 mil pés em uma área sem oposição aérea, soltando bombas de sua cabine com ar-condicionado, cama de lona e até banheiro com privada.
A coisa é cinzenta quando o guerreiro está no CIC de um cruzador no meio do Mediterrâneo, apertando botões, lançando Tomahawks em bases líbias sem NENHUMA chance de contra-ataque. Esse sujeito receberá a mesma faixa de campanha para colocar no uniforme que o corno do SEAL que ficou 3 meses rastejando no deserto comendo escorpiões e acumulando inteligência.
Acho que essa mentalidade vai mudar com o tempo, é interessante ver como mesmo na minha mente ela vem mudando, mas prevejo ainda muitos anos antes de considerarmos guerreiros de escritório tão dignos quanto os de verdade (viu?). 

Fonte: ET - Via Meiobit