A primeira companhia aérea russa, a Aeroflot, está insatisfeita com seu novo avião regional Superjet 100, que no ano passado foi responsável por 40% das falhas listadas em toda sua frota, apesar de representar apenas 8% do número de aeronaves operadas pela Aeroflot, informou nesta quarta-feira o jornal Kommersant, citando um relatório no Conselho de Administração da Aeroflot.
Esta aeronave fabricada pela russa Sukhoi com vários parceiros internacionais foi apresentada como a esperança da aviação civil russa.
No total, o documento de 10 páginas lista 24 falhas de equipamentos relacionados a estes aviões operados pela Aeroflot.
Estes incidentes envolveram principalmente o sistema de climatização (9 casos), o sistema de navegação (7 casos) e os trens de pouso (6 casos), conforme relatórios do Kommersant.
“Temos reclamações sobre o SSJ-100 (nome código para o Superjet), bem como para cada unidade em operação”, admitiu uma fonte dentro da Aeroflot citada pelo Kommersant.
Em julho, o jornal Diário RBK revelou que a Aeroflot não pôde operar todos os dias com pelo menos metade de sua frota de Superjets, devido a problemas técnicos.
A empresa confirmou prejuízos, e freqüentes alarmes falsos para o ar condicionado.
“Na verdade, tivemos problemas, mas eles foram resolvidos através de ações em conjunto com a empresa”, disse um porta-voz da Sukhoi em um e-mail à AFP.
O fabricante disse que a Aeroflot tinha estabelecido requisitos muito rigorosos para o novo avião, que vem sendo operado há um ano e meio.
Capaz de transportar uma centena de pessoas, o Superjet foi projetado para competir com a brasileira Embraer e a canadense Bombardier, no promissor o mercado de aviões regionais.
A fabricante de motores Snecma e o grupo francês aeroespacial e de defesa Thales estão envolvidos no projeto.
O primeiro vôo da aeronave, que custa cerca de US $ 30 milhões, ocorreu em 2008 e a primeira aeronave só foi entregue à armenia Armavia em abril de 2011.
Na Rússia, o SSJ100 é operado pela Aeroflot e recentemente pela empresa siberiana Yakutia.
O programa foi marcado pela queda de uma aeronave em maio de 2012 durante um voo de demonstração na Indonésia.
O acidente, de acordo com as autoridades indonésias, foi devido a erro humano do piloto e causou a morte de 45 pessoas.
Sukhoi anunciou na semana passada que havia nomeado um novo presidente para comandar seu programa civil, com a missão de acelerar seu programa.

Fonte: Liberation – Tradução: Edson, Via Cavok