O presidente norte-americano Barack
Obama pode autorizar um ciberataque preventivo se a inteligência dos EUA
obtiver evidência suficiente de que outro país ou grupo planeja lançar
seu próprio ataque contra interesses norte-americanos, segundo um artigo
recente do New York Times que citou funcionários envolvidos numa
“revisão normativa secreta”.
O NY Times, que foi vítima de ciberataques nos últimos quatro meses de suposta origem chinesa,
descobriu no fim de semana que a revisão concluiu que a autorização de
Obama, o comandante-supremo dos EUA, é uma das várias decisões recentes
“nos movimentos da administração [...] para aprovar as primeiras normas
do país sobre como os militares podem defender ou retaliar contra um
ataque cibernético significativo”.
Atualmente, a Casa Branca tenta produzir
normas sobre como os militares podem defender ou realizar ciberataques,
afirma o relatório.
O presidente teria permissão, por
exemplo, para atacar outros países que apresentem ameaça com códigos
maliciosos e softwares sem a necessidade de declarar guerra. Houve
apenas um caso em que Obama usou um ciberataque, que foi dirigido ao
polêmico programa nuclear do Irã por meio do vírus Stuxnet, desenvolvido
em conjunto pelos Estados Unidos e Israel.
Segundo as normas militares atuais, os
Estados Unidos só podem conduzir campanhas antiterrorismo em países com
os quais estejam oficialmente em guerra, incluindo o Afeganistão.
Oficiais disseram ao NY Times que novas políticas para a ciberguerra
“têm sido orientadas por uma década de evolução nas políticas
antiterrorismo”, segundo o artigo, mas um funcionário da inteligência,
que falou na condição de anonimato, disse que os Estados Unidos se
contiveram na utilização de armas cibernéticas no passado.
“Há níveis de guerra cibernética que são
muito mais agressivos do que qualquer coisa que tenha sido utilizada ou
recomendada para implementação”, disse o oficial ao jornal.
Por exemplo, os Estados Unidos poderiam
desativar o sistema de defesa aérea de um adversário durante um ataque
de VANTs (veículos aéreos não tripulados), mas a revisão da Casa Branca
se concentrou mais na antecipação numa ciberguerra. O NY Times citou um
oficial dizendo que a revisão definiu “o que constitui força razoável e
proporcional” para prevenir ou retaliar o ciberataque de um adversário.
As regras finais traçadas pela
administração serão altamente confidenciais porque as autoridades
“determinaram rapidamente que ciberarmas eram tão poderosas que – como
as armas nucleares – devem ser empregadas somente sob as ordens diretas
do comandante-supremo”, segundo o NY Times.
O surgimento da revisão surge poucos
dias após o Washington Post relatar que o Pentágono expandirá em mais de
cinco vezes o Cibercomando do Departamento de Defesa dos EUA, uma
agência criada em 2009 para defender sistemas críticos norte-americanos e
para lançar ataques contra nações adversárias. O comando, que
atualmente tem cerca de 900 funcionários, será aumentado para cerca de
4.900 pessoas.
A decisão de aumentar o tamanho do
Cibercomando vem em resposta à crescente ameaça de ataques cibernéticos,
segundo o Post no final de janeiro, citando um oficial anônimo.
“Considerando os atores maliciosos que
estão por aí e o desenvolvimento da tecnologia, em minha mente, há
poucas dúvidas de que algum adversário tentará um ciberataque
significativo contra os Estados Unidos em algum momento”, disse William
J. Lynn III, um ex-vice-secretário da Defesa que ajudou a formular o
plano de cibersegurança do Pentágono, ao Post.
“A única questão é se tomaremos medidas
necessárias como esta para desviar o impacto do ataque com antecedência
ou [...] ler sobre as medidas que deveriam ter sido tomadas em algum
relatório de uma comissão pós-ataque”, acrescentou ele.
Fonte: Epoch Times
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