Rebeldes sírios capturaram uma grande área de uma academia de polícia nos arredores da cidade de Aleppo, depois de uma violenta batalha que resultou em muitas mortes.
Segundo ativistas do grupo baseado em Londres Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os insurgentes tomaram a maior parte da academia de polícia durante a madrugada depois de realizar vários ataques contra o complexo nos últimos dias.

Rami Abdel Rahman, membro do Observatório, disse à agência de notícias AFP que, nos últimos oito dias, quase 200 pessoas foram mortas entre rebeldes e forças de segurança do governo, incluindo 120 soldados e policiais, na batalha pelo local.
Imagens de um vídeo divulgadas mais cedo mostravam dezenas de rebeldes se abrigando ao lado de um muro exterior do complexo enquanto podiam ser vistas explosões que, aparentemente, ocorriam dentro da academia de polícia.
Os ativistas afirmam que, apenas neste domingo, 34 soldados do governo morreram, o que seria um revés para as forças do presidente Bashar al-Assad. No sábado, o Exército sírio anunciou que tinha retomado o controle de vilarejos em uma rota importante que liga a cidade de Hama a Aleppo.
De acordo com o grupo, os rebeldes também tomaram uma prisão no norte do país, na província de Raqqa.
Apesar de o grupo ativista ser uma das organizações mais importantes documentando e informando sobre os incidentes e mortes no conflito sírio, as informações não podem ser verificadas de forma independente.

Entrevista

Em uma entrevista ao jornal britânico Sunday Times, o presidente sírio, Bashar al-Assad afirmou que seu governo está pronto para negociar com qualquer os rebeldes, incluindo militantes que depuserem suas armas.
"Mas não vamos lidar com terroristas que estão determinados a carregar armas", afirmou.
Assad também aproveitou a entrevista para criticar o governo britânico, afirmando que o governo da Grã-Bretanha é "ingênuo, confuso e pouco realista" em sua abordagem do conflito.
O presidente sírio também afirmou que o governo do primeiro-ministro, David Cameron, está disposto a militarizar a situação do país.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, afirmou que a Grã-Bretanha dá apoio à oposição síria, mas não fornece armas aos rebeldes.
No entanto, Hague acrescentou que "não descarto nada no futuro".
"Não vou anunciar nesta semana (o envio de) armas para a oposição síria", afirmou o ministro.
Mas, segundo Hague, quanto mais longo for o conflito na Síria, maior é o risco de estabelecimento do extremismo no país.
Desde o início da rebelião no país, em março de 2011, estima-se que cerca de 70 mil pessoas já morreram.
Os confrontos se espalharam por toda a Síria e centenas de milhares de refugiados já fugiram para os países vizinhos.

Fonte: BBC