Horas depois de anunciar uma ameaça formal contra os Estados Unidos e dizer que "o momento da explosão" se aproxima, a Coreia do Norte parece ter colocado em prática os preparativos para um lançamento de míssil balístico a partir de seu litoral. Fontes do governo sul-coreano indicaram para a imprensa de Seul que o regime de Pyongyang deslocou nesta quinta-feira um míssil Musudan, de alcance estimado em 4.000 quilômetros, para a costa leste do país comunista.

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“Estamos monitorando de perto se o Norte deslocou (o míssil) visando um lançamento real ou apenas como uma demonstração de força contra os Estados Unidos”, declarou um membro do governo à agência sul-coreana Yonhap. A movimentação militar teria sido detectada pelas autoridades de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos. Segundo a fonte, o deslocamento do míssil aconteceu a bordo de um trem.

Alvos - Revelado pela primeira vez em um desfile militar em outubro de 2010, o míssil Musudan tem alcance estimado em até 4.000 – um raio de ação que poderia atingir a Coreia do Sul, o Japão e até a ilha americana de Guam, localizada a 3.200 km da Coreia do Norte e um dos alvos citados nas inúmeras ameaças verbais proferidas pelo regime de Pyogyang nas últimas semanas.

De acordo com a imprensa de Seul, analistas americanos e sul-coreanos estão em alerta máximo e especulam que o regime comunista pode estar preparando um lançamento de míssil para comemorar a data de nascimento do fundador do país, Kim Il-sung, celebrada em 15 de abril.

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Na quarta-feira, os Estados Unidos anunciaram o envio de um avançado sistema de defesa antimísseis para Guam. A informação foi divulgada pouco depois de o secretário de Defesa, Chuck Hagel, mencionar um perigo "real e claro" vindo da Coreia do Norte.

Escalada de tensão – O aumento da tensão na península coreana começou no início de março, quando a ONU adotou sanções contra a Coreia do Norte devido à realização de novos testes nucleares. A partir daí, o país vem aumentando sua retórica belicista, que despertou preocupações dos Estados Unidos, Coreia do Sul e outros países, como China e Rússia, tidas como seus aliados. Apesar das ameaças, o governo americano já afirmou que tem total condição de proteger o seu território e de seus aliados na Ásia.

Fonte: Veja