Depois de fazer um show neste domingo, 19, na Concha Acústica, com a banda Paralamas, o baterista João Barone vai deixar as baquetas de lado e assumir o controle de uma caneta, com a qual vai autografar o livro 1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida, que será lançado nesta segunda-feira, 20, às 19h, na Saraiva Mega Store do Salvador Shopping. A obra aborda a participação brasileira na II Guerra Mundial e procura desmistificar alguns assuntos que permeiam o assunto.
Entusiasta do tema, e filho de um dos 25 mil pracinhas que atuaram na Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante o conflito, Barone foi convidado para escrever um livro sobre a batalha e, prontamente, pensou em abordar a participação do Brasil na grande guerra. "Pretendi mostrar uma passagem importante e bastante rica do nosso passado recente para o grande público, tomando cuidado de não ser chapa-branca, nem fazer uma mera exposição como alguém que gosta do tema", explicou. Para isso, deu à obra uma linguagem mais pop e coloquial para torná-lo mais atraente aos dias atuais.
O escritor utilizou mais de 70 livros como fonte de pesquisa, além de conversar com associações de ex-combatentes do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. "Lancei mão da minha intimidade com o assunto e com os personagens", disse. Após se debruçar nas pesquisas, Barone acredita que o Brasil não tinha outra saída a não ser participar da guerra, e que a atitude foi benéfica no pós-guerra. "Getúlio Vargas estava mandando uma força militar lutar pela democracia enquanto vivíamos na ditadura. Isso teve um significado emblemático", afirmou.
Curiosidades - Dentre as histórias que chamaram a atenção pelo inusitado durante a pesquisa, estão a do soldado Medrado, que levou 13 tiros de uma metralhadora alemã, e não morreu, e a do ex-combatente Dálvaro Oliveira, que sobreviveu a dois torpedeamentos na costa brasileira, foi lutar na guerra e voltou vivo. Os dois ainda estão vivos, firmes e fortes.
Também tem a história de um aviador dos Nazistas que era brasileiro. Egom Lemke nasceu em Coritiba e, descendentes de alemães, foi para a Alemanha, onde se especializou em aviação e abateu diversos inimigos no ar, até morrer ao ser atingido em 1944.
Projetos - Barone está finalizando o documentário O Caminho dos Heróis, que também aborda o Brasil na II Guerra. Em 2009, ele e outros entusiastas do tema percorreram os lugares onde os pracinhas da FEB lutaram. "Foi incrível que até hoje eles se lembram dos brasileiros com carinho, principalmente no norte da Itália", disse.
Confira abaixo dicas de Barone com filmes e livros sobre a II Guerra Mundial
Filmes: "Antes, os filmes eram de propaganda aliadas durante a guerra, como foi o caso de Casablanca. Ao longo dos anos, os filmes foram sendo aprimorados. A Lista de Schindler é um excelente filme. Outro que recolocou o tema no cinema foi o Resgate do Soldado Ryan. Ele incorpora tudo que todo mundo que gosta do tema gostaria de ver e tem uma excelente construção histórica, apesar de, no final, se parecer mais com um bang-bang. Tem também um filme mais cabeça, Além da Linha Vermelha, que apresenta um dilema muito forte daquele de obedecer ordens. O diretor Terrence Mailick coloca isso de uma maneira muito inteligente."
Livro: "O Guerra em Surdina, de Boris Schnaiderman, é inteligentíssimo. Ele escreveu esse livro há muito tempo e tem o depoimento muito emocionante. Boris coloca a experiência dele na guerra, como um personagem, de uma maneira bacana e fora do comum."

Assista ao documentário Um Brasileiro no Dia D