Pelo menos 42 soldados sírios morreram, e o destino de outros cem ainda é desconhecido após o ataque israelense lançado na madrugada de domingo (5) contra três posições militares ao norte da capital síria Damasco, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Segundo um novo balanço, ao menos 42 soldados morreram, e se desconhece o destino de outros cem depois do ataque israelense", declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Anteriormente, a mesma ONG afirmou que ao menos 15 soldados haviam morrido no ataque. 
Nesta segunda-feira (6), Israel tentou convencer o presidente sírio, Bashar Assad, que os ataques aéreos israelenses recentes em torno de Damasco não pretendem enfraquecê-lo em face de uma rebelião que já dura mais de dois anos.
Autoridades dizem que Israel não está disposto a tomar partido na guerra civil da Síria, por temer que suas ações ajudem militantes islâmicos que são ainda mais hostis a Israel do que a família Assad, que tem mantido uma posição estável com o Estado judeu por décadas.

Segundo a promotora suíça, que evitou apresentar mais detalhes sobre as informações recolhidas até o momento, a comissão da ONU ainda tem muito que investigar sobre esse suposto uso do gás sarin.
"Existem suspeitas fortes e concretas, mas ainda não há provas incontestáveis", ressaltou a promotora.
O sarin é um potente gás neurotóxico descoberto na Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial e que foi utilizado em um ataque no metrô de Tóquio em 1995. A substância é inodora e invisível, e é considerada como uma arma de destruição em massa desde 1991 pelas Nações Unidas.

A comissão da ONU deve apresentar um novo relatório sobre o avanço de seu trabalho na próxima sessão do Conselho de Direitos Humanos, que será realizado no próximo mês de junho em Genebra.

Mas Israel tem repetidamente alertado que não vai deixar o Hizbollah, aliado de Assad, receber armamento de alta tecnologia. Fontes de inteligência disseram que Israel atacou mísseis fornecidos pelo Irã que estavam armazenados perto da capital síria aguardando transferência para o grupo guerrilheiro no vizinho Líbano.
A Síria acusou Israel de beligerância destinada a ajudar os rebeldes que lutam contra Assad -- o que foi negado nesta segunda-feira pelo parlamentar israelense Tzachi Hanegbi, um aliado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Entrevistado na Rádio Israel, Hanegbi disse que o governo de Netanyahu teve como objetivo evitar "um aumento da tensão com a Síria, deixando claro que, se houver atividade, é só contra o Hizbollah, e não contra o regime sírio".
Hanegbi observou que Israel não reconheceu formalmente a realização dos ataques e que Netanyahu iniciou uma visita programada para a China, no domingo, para sinalizar que segue com rotina normal.
O governo Assad considerou os ataques aéreos como equivalentes a uma "declaração de guerra" e ameaçou retaliar.

ONU adverte contra violência

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu contra uma escalada preocupante da situação na Síria depois do ataque de Israel a alvos próximos a Damasco, .
A ONU disse que Ban apelou a todos os lados "para agirem com senso de responsabilidade para evitar uma escalada do que já é um conflito devastador e altamente perigoso".
O senador republicano dos EUA John McCain disse no domingo que os ataques aéreos podem adicionar pressão sobre Washington para intervir na Síria, apesar de o presidente Barack Obama dizer que não tem planos de enviar tropas terrestres.

China critica Israel

A China fez uma crítica velada a Israel nesta segunda-feira, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou uma visita ao país, dizendo que a China se opõe ao uso da força, depois de ataques aéreos israelenses na Síria.
"Nós nos opomos ao uso da força militar e acreditamos que a soberania de qualquer país deve ser respeitada", disse a porta-voz da chancelaria chinesa Hua Chunying a jornalistas.
"A China também exorta todas as partes relevantes a começarem da base a proteger a paz e a estabilidade regionais, manterem a moderação e evitarem tomar quaisquer ações que possam aumentar as tensões e, em conjunto, salvaguardarem a paz e a estabilidade regionais", disse Hua.
Hua, que não mencionou Israel pelo nome, estava falando enquanto Netanyahu começava uma viagem de cinco dias à China. A viagem coincide com a visita do presidente palestino, Mahmoud Abbas, à medida que a China tenta reforçar seu papel em uma região onde sua influência diplomática é limitada. 

Fonte: UOL (Com AFP e Reuters)