A Rússia confirmou nesta sexta-feira (10/05) que o fornecimento de mísseis antiaéreos à Síria está em fase de conclusão. Moscou não planeja realizar novas vendas de armamentos deste tipo ao regime sírio, afirmou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.
Em entrevista coletiva, o ministro disse que esses mísseis (do tipo S-300) "não estão proibidos pelas normas internacionais, já que são uma arma defensiva", e que a entrega diz respeito a contratos que já estavam fechados antes da grave crise política ter início na Síria.

Segundo informações da Agência Efe, Lavrov insistiu na necessidade de haver uma conferência internacional sobre a Síria. Para ele, o encontro ajudará a preparar o caminho para uma solução ao conflito sírio, que já dura mais de dois anos.

A notícia do fornecimento russo aos sírios veio poucas horas depois do vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Muqdad, afirmar que o país “responderá imediatamente” a qualquer novo ataque de Israel, após duas bombas destruírem centros de pesquisa na periferia de Damasco.

"Foram dadas instruções para responder imediatamente a qualquer novo ataque israelense. Nossas represálias serão fortes e dolorosas", afirmou Muqdad.
Segundo a imprensa europeia, Israel afirma que os ataques tiveram como alvo as armas destinadas ao grupo xiita libanês Hezbollah. Muqdad desmentiu. "Eles não alcançaram seu alvo e mentem quando dizem que este alvo era o Hezbollah", disse, acrescentando que "de nenhuma maneira a Síria deixará que isso ocorra outra vez".

A Rússia, por sua vez, manifestou nesta segunda-feira (06/05) que havia preocupação com o aumento da possibilidade de uma intervenção militar estrangeira na Síria, após relatos dos ataques israelenses
"Estamos seriamente preocupados com os sinais de preparação da opinião pública global para uma possível intervenção armada no prolongado conflito interno na Síria", disse o porta-voz do Ministério da Relações Exteriores da Rússia, Alexander Lukashevich, em comunicado oficial.

As preocupações são resultado dos relatos da mídia sobre a suposta utilização de armas químicas na guerra civil síria, em que mais de 70.000 pessoas morreram em dois anos.

A Rússia fornece armas para Damasco há vários anos e defende que presidente Assad utilize seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para bloquear os esforços do Ocidente para retirá-lo do poder ou aumentar a pressão sobre seu governo para acabar com a violência.

 Fonte: Opera Mundi