A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) foi forçada nesta terça-feira a suspender o sigilo de centenas de páginas que comprovam que desrespeitou a privacidade em suas operações de grampos telefônicos.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyeE615POM_img42j2FP5QVD4INl3HkhLE2UGxtibDCV5kwbBAyNAI70KHv5kxtG2zmMv8fvN13cooJXRCgaxSMaveJtRnDvjUZtalhotAGs82t4Ba_UQALAQvnPLAoAWur-JXbyfAVt-O/s1600/nsa-tecnology.jpgA liberação dos documentos seguiu uma decisão judicial de 4 de setembro. A Justiça ordenou ao governo que informe uma associação de defesa das liberdades públicas sobre as falhas cometidas pela NSA, dentro de seu programa de coleta de "metadados" telefônicos.
O programa permite aos supercomputadores da agência gravar os dados referentes a cada chamada telefônica, como o número chamado, ou a duração da ligação. Tornou-se alvo de polêmica desde as revelações do ex-analista de inteligência Edward Snowden, considerado foragido por Washington e asilado na Rússia.
Os documentos "desclassificados" mostram que, entre 2006 e 2009, cerca de 17.800 números de telefone foram vigiados, enquanto 1.800 eram considerados suspeitos no âmbito da luta antiterrorista - reconheceu uma autoridade americana de inteligência.
Os documentos, com dados de 2009, mostram os intercâmbios entre a NSA e o tribunal secreto encarregado de regular suas atividades - a Corte de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisc, na sigla em inglês) - para resolver os abusos cometidos pela agência.
Para o diretor nacional de inteligência (DNI), James Clapper, essa coleta indevida de dados "é atribuída, em grande parte, à complexidade da tecnologia utilizada" pelo programa.
Esses documentos "demonstram que o governo tomou medidas extraordinárias para identificar e corrigir esses erros (...) e implementar sistemas e processos para impedir que se repitam", afirma Clapper, em um comunicado.
"A NSA não é perfeita na execução de programas complicados", admitiu um alto funcionário da área de inteligência, que pediu para não ser identificado. Ele insistiu, porém, na "supervisão rigorosa" e na ausência de "violação intencional da lei".
Desde que o presidente americano, Barack Obama, pediu a confiança da opinião pública - e anunciou, em 9 de agosto, ter "tomado medidas" para impedir "abusos e proteger os direitos do povo americano" -, é a segunda vez que a NSA é levada a reconhecer que violou leis que protegem a vida privada com esse programa de coleta de metadados telefônicos.

Do Yahoo