Mesmo com a forte deterioração das expectativas empresariais para o Brasil, o País ainda conta com o melhor cenário para os próximos 12 meses entre os emergentes do mundo - grupo conhecido como Brics. De acordo com a pesquisa Markit Global Business Outlook, as perspectivas para a Rússia caíram nos últimos seis meses, permaneceram estáveis para a Índia e subiram ligeiramente na China.
Em outubro, o indicador sobre a expectativa para a atividade empresarial no Brasil mostrou que o universo de otimistas com o País superou em 44 pontos o grupo dos pessimistas. O dado é o mais elevado entre os quatro BRIC. "Apesar
da queda da confiança que levou o indicador do Brasil para o menor patamar da série, o País ainda tem o mais elevado nível de expectativa entre os BRIC", destaca a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (24), em Londres.
A situação brasileira, porém, não é explicada por eventual situação confortável da economia nacional e o quadro ainda mais complicado entre os demais emergentes é a razão desse fenômeno. "A expectativa para os negócios nos principais emergentes caiu, na média, para o menor patamar em cinco anos. A Rússia tem o otimismo mais fraco", diz o estudo. Após queda pela metade do universo de otimistas com Moscou, o indicador do país caiu para 10 pontos. 
"A Rússia é a maior preocupação. Diante das sanções internacionais e uma moeda que cai em espiral, a incerteza prevalece e derrubou as expectativas para os negócios", diz o economista-chefe da Markit e responsável pela pesquisa, Chris Williamson. "Uma ligeira reação nas expectativas para os negócios na China oferece alguma esperança de que as empresas não estão, pelo menos, à espera de um pouso drástico do país", completa o economista. 
Entre os demais grandes emergentes, a Índia tem o segundo melhor indicador e leitura em 35 pontos - mesmo patamar observado em junho. Já a China tem o terceiro melhor indicador com 26 pontos - dois pontos acima do registrado seis meses atrás. 
Na média dos BRIC, a confiança caiu um ponto de junho para outubro e agora está em 27 pontos - o menor patamar da série histórica da pesquisa que foi iniciada há cinco anos.

Do Estadão - via Jornal do Comercio