O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, partiu de avião de Kiev para "o front" na quarta-feira (18), e a TV ucraniana disse que ele afirmou a jornalistas antes de deixar a capital do país que forças do governo estão deixando a cidade sitiada de Debaltseve.
A agência AFP ouviu a mesma informação de uma autoridade policial da região.  "Estamos retirando algumas de nossas unidades", disse Ilia Kiva, subchefe da polícia regional, ao mesmo tempo que destacou que os ucranianos não abandonaram a cidade.
"Os combates nas ruas continuam. Aconteceu uma pequena batalha de tanques", completou.
"Uma parte das tropas ucranianas continua em Debaltsev, onde realiza uma operação especial', afirmou à AFP um porta-voz militar, Vladislav Seleznev. As autoridades ucranianas pediram ao Ocidente uma resposta "severa" contra a Rússia pela entrada dos rebeldes pró-Rússia em Debaltseve, que fica entre as cidades de Donetsk e de Lugansk.
A ofensiva rebelde aconteceu apesar da entrada em vigor de uma trégua no leste da Ucrânia, anunciada na semana passada por Ucrânia, Rússia, Alemanha e França. Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes e de ter enviado tropas a Ucrânia, mas Moscou nega.
Uma testemunha da Reuters perto da linha de frente afirmou que a artilharia atingia Debaltseve a cada cinco segundos, levantando uma fumaça preta, nesta terça-feira. Os rebeldes declararam que eles haviam capturado partes da cidade, que fica numa junção ferroviária estratégica, e que alguns soldados ucranianos haviam se rendido, mas Kiev nega.
A expectativa é que observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa tentassem chegar à cidade cercada, depois que a Alemanha disse ter acordado com os líderes da Rússia e Ucrânia para que os monitores tivessem acesso livre no leste.
No entanto, um novo chamado de Berlim pela paz e pela retirada do armamento pesado, como programado, a partir desta terça, parece não ter sido ouvido. "Não temos o direito (de parar a luta em Debaltseve). É uma questão moral. É território interno", disse Denis Pushilin, representante dos separatistas, estabelecendo o objetivo de "destruir as posições de combate do inimigo".

Do G1